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Foz do Iguaçu puxou desempenho melhor do estado na região da fronteira | Christian Rizzi
Foz do Iguaçu puxou desempenho melhor do estado na região da fronteira| Foto: Christian Rizzi

Se no Brasil como um todo os indicadores de segurança pública e educação já são preocupantes, nas cidades de fronteira o panorama é ainda mais alarmante. É o que aponta um estudo realizado pelo Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (Idesf) em 32 cidades gêmeas – designação dada pelo governo federal àqueles municípios que estão “colados” aos de outros países – e também na cidade de Cáceres, no Mato Grosso. No caso do Paraná, foram avaliadas Foz do Iguaçu, Barracão, Santo Antônio do Sudoeste e Guaíra.

Além de segurança e educação, outros dois eixos foram considerados no estudo: saúde e economia regional, que considera índices de emprego e renda. O Idesf não produz os indicadores para cada eixo, mas considera dados secundários fornecidos pelo próprio governo federal. Na segurança, o resultado de Guaíra é pior do que em países considerados como os mais violentos do mundo pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como Honduras e Venezuela – que têm índices de 55,5 e 49,2 homicídios a cada 100 mil pessoas, respectivamente. A taxa no município de Guaíra, por sua vez, era de 64,06 em 2016, ano com dados mais recentes fornecidos pelo departamento de informática do Sistema Único de Saúde (Datasus).

O número já foi pior: em 2014, quando o primeiro diagnóstico do Idesf foi realizado, a taxa de homicídios em Guaíra era de 79,78. Mesmo que seja alarmante, a situação no município paranaense ainda é melhor do que a registrada em outras cidades gêmeas do país. Em Paranhos, no Mato Grosso do Sul, o índice de homicídios em 2016 era de 109,7.

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Foz puxa desempenho melhor

Os acidentes de trânsito também acontecem em alto número nos municípios considerados no estudo. Guaíra, mais uma vez, apresenta pior desempenho nesse quesito entre os municípios paranaenses, com taxa de 33,55 acidentes a cada 100 mil habitantes. Foz do Iguaçu (20,46) e Barracão (19,47) estão mais próximos da média brasileira, de 17,3, enquanto Santo Antônio do Sudoeste também possui índice alto (29,91).

“Os índices estão muito relacionados ao contrabando, que acaba colocando as pessoas em risco. Diminuir a evasão escolar e aumentar as possibilidades de emprego e renda é fundamental para mudar esse cenário”, diz Luciano Stremel Barros, presidente do Idesf.

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Apesar dos indicadores ainda ruins, Foz do Iguaçu é uma das cidades gêmeas que vem apresentando melhoras em indicadores importantes. O município apresentou mais autonomia financeira em 2018, além de um Produto Interno Bruto (PIB) mais elevado e melhores índices de emprego. A evasão escolar também diminuiu. No caso do Ensino Médio houve queda mais significativa, de 9,7% para 7,4%, segundo dados do Ministério da Educação.

Os outros municípios paranaenses acompanharam a queda na evasão, com maior queda em Santo Antônio do Sudoeste no Ensino Médio, onde a taxa caiu de 21% para 13,6%. “O Paraná acabou melhorando seus índices de fronteira principalmente por conta do desempenho de Foz. Se houver um trabalho focado na educação e na melhoria de condições regionais, os índices de segurança vão diminuir”, afirma Barros.

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