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Gaeco durante ações de busca e apreensão nas casas dos investigados da Operação Rádio Patrulha. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Gaeco durante ações de busca e apreensão nas casas dos investigados da Operação Rádio Patrulha.| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) encontrou valores em euros, dólares e reais em endereços ligados ao ex-governador e candidato ao Senado, Beto Richa (PSDB) . O dinheiro foi localizado em cumprimento de mandados de busca e apreensão no âmbito da Operação Rádo Patrulha, no último dia 11 de setembro – data em que Richa foi preso. No total, foram apreendidos pouco mais de R$ 25,2 mil, além de US$ 9,2 mil (R$ 38,1 mil pela cotação de terça-feira) e 2,6 mil euros (R$ 12,6 mil) - ao todo, os valores atingiriam cerca de R$ 75,9 mil. As informações das apreensões foram divulgadas nesta terça-feira (18) pelo Ministério Público.

Veja o que dizem os acusados

Um dos alvos da operação foi um conjunto comercial localizado no Centro Cívico, em Curitiba, ligado a Richa, à mulher dele, Fernanda, e ao contador Dirceu Pupo – que também foram presos na Rádio Patrulha. Lá, em três salas comerciais, os policiais encontraram R$ 2.596 e 2.600 euros. No local, também foram apreendidos quatro malotes de documentos.

Em outro endereço – um apartamento localizado no Batel e apontado no processo como residência de Arlete Vilela Richa, mãe do ex-governador – os agentes encontram R$ 22.650 e US$ 9.260. O dinheiro estava em uma caixa de madeira, escondida no fundo falso de um armário. Para abrir a porta do imóvel, os policiais tiveram que recorrer ao auxílio de um chaveiro.

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O Gaeco também cumpriu mandado de busca e apreensão no comitê da candidatura de Richa, na Rua Matheus Leme, no Centro. Lá, foram encontrados documentos relacionados a veículos alugados pelo ex-governador junto à Cotrans, que é uma das empresas investigadas na Operação Rádio Patrulha.

Na residência de Pepe Richa, ex-secretário de Infraestrutura e irmão do ex-governador, os agentes apreenderam apenas um celular. Já na casa de Ezequias Moreira, ex-secretário de Cerimonial, foram encontrados uma agenda, uma cópia da declaração de imposto de renda, dez relógios (entre os quais um Rolex e um Calvin Klein) e uma caixa com três colares de ouro e diamante.

Richa, Fernanda, Pepe e Ezequias foram presos temporariamente, mas foram postos em liberdade por força de um salvo conduto-concedido pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

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Ex-chefe de gabinete

No bairro São João, na casa de Deonilson Roldo, ex-chefe de gabinete de Beto Richa, foram apreendidos pela Operação Rádio Patrulha itens como pen drives, HDs, celular. No relatório do Gaeco, também constam documentos “de obra do Colégio Amâncio Moro”. Em 2013, a empresa Valor Construtora – pivô da Operação Quadro Negro – foi contratada para realizar uma reforma na Amâncio Moro, ao custo de R$ 2 milhões, aproximadamente. Até agora, o MP-PR já apurou o desvio de mais de R$ 30 milhões por meio da Quadro Negro.

Os investigadores também anotaram a apreensão de CDs com a descrição “backup Beto Richa” e documentos sobre “Beto Richa senador”. Na Operação Piloto, deflagrada na mesma data, Deonilson Roldo foi preso preventivamente e levado à superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Entre os argumentos para levá-lo à prisão, o Ministério Público Federal destacou que “evidências novas demonstraram que esses investigados continuavam atuando em atividades suspeitas, sendo um deles [Deonilson Roldo] de forma oculta na coordenação da campanha ao Senado”.

Na Operação Piloto, ele é suspeito de tentar agir para limitar a concorrência da licitação para duplicação da PR-323, favorecendo o Grupo Odebrecht. Em troca, a empreiteira destinaria R$ 4 milhões para o caixa 2 da campanha de reeleição de Beto Richa, em 2014.

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Outro lado

Por meio de nota, a defesa de Richa disse que “qualquer manifestação sobre o referido processo se dará nos autos. Persiste a confiança na Justiça”. A defesa de Pepe também informou que só vai se manifestar ao longo do processo. A Gazeta do Povo tentou ouvir a defesa de Roldo, mas não houve manifestação. A reportagem não conseguiu ouvir a defesa de Ezequias Moreira.

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