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João Arruda (MDB), candidato o governo, durante sabatina na Gazeta do Povo | Atila Alberti/Tribuna do PR
João Arruda (MDB), candidato o governo, durante sabatina na Gazeta do Povo| Foto: Atila Alberti/Tribuna do PR

O candidado do MDB ao governo do estado, João Arruda, se disse “surpreso” com envolvimento do sogro em operação que investiga fraude em licitações de manutenção de estradas rurais. Joel Malucelli (Pode) é um dos alvos da Rádio Patrulha, deflagrada na manhã de terça-feira (11). Há um mandado de prisão para o empresário, que está fora do país. A operação é a mesma que levou à prisão o ex-governador Beto Richa (PSDB). “Eu me surpreendi, sim, pelos fatos e por sair acusações contra ele”, disse.

Em sabatina no estúdio da Gazeta do Povo, na tarde desta quinta-feira (13), Arruda negou relação política ou com as empresas do sogro. “O meu sogro era de outro partido, continua sendo. Ele é do Podemos, foi do PSD, partido do Ratinho Junior [também candidato ao governo do estado]. Meu sogro é suplente do Alvaro Dias [candidato à presidência pelo Podemos], que apoia o Ratinho Junior”, declarou.

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Segundo o emedebista, a relação com Joel Malucelli era apenas familiar. “Devo admitir que meu sogro [Joel Malucelli] é pai da Paola [esposa de Arruda], é avô dos meus filhos. Como avô, como sogro e como pai é uma excelente pessoa”, disse.”Não estou dizendo aqui que meu sogro é distante, como alguns fazem. Eu tenho relação com meu sogro, sim”, apontou.

O candidato declarou ainda que não tem envolvimento nas empresas da família, ainda que sua esposa já tenha sido diretora de uma delas. “Tenho relação com minha mulher e ela trabalha no grupo. Mas não tenho relação com a administração das empresas”, disse. Com isso, ele aponta que a possível prisão de Malucelli não vá atrapalhar sua caminhada eleitoral. “Eu sempre combati essa turma do governo e esses escândalos de corrupção são frutos de denúncias que eu comecei a fazer já no meu primeiro mandato como deputado federal. Eu não tenho nada a ver com esse grupo político que governou o Paraná. Fiz oposição durante os oito anos de mandato que eles exerceram”, justificou.

Arruda ainda defendeu a inocência de seu sogro. “Tenho que acreditar [na inocência de Joel Malucelli]. A presunção da inocência está na Constituição. Não posso acusar o Joel antes de que ele possa se defender”, disse.

Investigação contra Malucelli

O empresário Joel Malucelli é um dos alvos da Operação Rádio Patrulha, do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A sede da empresa também foi fechada por volta das 6h de terça-feira (11), no bairro Mossunguê, em Curitiba. Os funcionários do local, onde funciona a parte administrativa do grupo, a JM Equipamentos, a JM Energia e a redação do Paraná Portal, foram impedidos de entrar no prédio. Joel não estava no local e sim em viagem a Itália.

Três endereços ligados ao empresário foram alvo de busca e apreensão, autorizados pelo juiz Fernando Bardelli Fischer, da 13ª Vara Criminal de Curitiba. Um apartamento no bairro Bigorrilho, um andar inteiro de um prédio no centro de Curitiba, e a sede da J. Malucelli Equipamentos, na rodovia BR 277.

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O magistrado autorizou a apreensão de aparelhos de telefone celular, dispositivos eletrônicos e mídias que armazenem dados e informações (computadores, pen drives, HDs, CDs, Blue-Rays, etc.), documentos que guardem relação com os fatos criminosos e objetos de valor que possam estar vinculados aos delitos de lavagem de dinheiro e corrupção.

De acordo com o despacho de Fernando Bardelli Fischer, Joel participou de uma reunião no interior do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) junto com outros dois empresários, o colaborador Tony Garcia (que denunciou o suposto esquema) e um funcionário do órgão para deliberarem sobre a conformação dos editais do programa Patrulha Rural.

De acordo com a denúncia, a proposta de corrupção consistia em superfaturar os contratos de R$ 72 milhões do programa e repassar 8% do faturamento bruto como propina a agentes públicos como contrapartida.

A assessoria de imprensa de Joel Malucelli informou que considera que “as acusações são injustas”, nega qualquer irregularidade e diz que ele sempre esteve à disposição das autoridades para esclarecimentos. “O empresário desde 2012 se desligou das atividades e rotinas da empresa fundada por ele e se encontra na presente data em férias, fora do país, aguardando orientação de seus advogados, que ainda não foram notificados oficialmente sobre a operação”, afirma a nota emitida ainda na terça-feira. 

Confira a sabatina completa:

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