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Clima na sessão desta segunda-feira (17) foi de normalidade | Pedro de Oliveira/Assembleia Legislativa
Clima na sessão desta segunda-feira (17) foi de normalidade| Foto: Pedro de Oliveira/Assembleia Legislativa

Na primeira sessão após a revelação que os chefes de três órgãos do estado foram citados por delatores da Odebrecht, os deputados da Assembleia Legislativa do Paraná seguiram agindo como se nada estivesse acontecendo. Curiosamente, o único a mencionar o tema da tribuna foi o líder da oposição, Tadeu Veneri, que é filiado ao PT, um dos principais partidos – se não o principal – envolvidos no esquema do petrolão.

Ex-presidente de Infraestrutura da Odebrecht, Benedicto Júnior relatou à Operação Lava Jato que o governador Beto Richa (PSDB) recebeu um total de R$ 3,05 milhões em dinheiro não declarado à Justiça Eleitoral nos pleitos de 2008, 2010 e 2014. Da mesma forma, numa planilha com quase 200 nomes entregue por ele aos investigadores, o ex-executivo da empreiteira afirma ter repassado, em 2010, R$ 50 mil à atual vice-governadora Cida Borghetti (PP), que se elegeu deputada federal na ocasião.

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No mesmo ano, ainda aparecem na planilha repasses de R$ 50 mil ao atual presidente da Assembleia, Ademar Traiano (PSDB), e ao atual primeiro-secretário da Casa, Plauto Miró (DEM). Outro nome presente na tabela é o do atual presidente do Tribunal de Contas do Estado (TC), Durval Amaral, que teria recebido R$ 120 mil de caixa 2 em 2010, quando se reelegeu deputado estadual pelo DEM. Todos negam o recebimento de recursos ilícitos. Vale lembrar que nos casos de Borghetti, Traiano, Miró e Amaral, ainda não há pedido de investigação por parte do Procuradoria-Geral da República (PGR).

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Apesar de todo esse turbilhão, apenas o petista Tadeu Veneri discursou sobre o assunto nesta segunda-feira (17). Adversário do PSDB, o parlamentar afirmou que o partido “agora não sabe o que dizer, depois de bater tanto no PT”. Em tom de ironia, mencionou uma entrevista de Richa logo após a aprovação da admissibilidade do impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT) na Câmara, na qual ele dizia que o povo estava cansado da corrupção em Brasília e que, a partir daquela data, nascia um novo Brasil.

“Posaram de santos, puros, virgens, dizendo que o grande problema do país tinha nome e endereço. É claro que o PT também tem seus culpados e paga um preço altíssimo por isso. Mas o que vemos são um bando de hipócritas, que estão todos enterrados no mar de corrupção”, atacou o líder da oposição na Casa.

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“O mundo caindo na cabeça de todo mundo e eles assim, como se nada estivesse acontecendo. É surreal”, confidenciou um deputado à reportagem.

Nesta segunda, os parlamentares pareciam tão despreocupados que, para poder iniciar a votação da ordem do dia, Traiano precisou convocar os deputados pelo sistema de som da Casa para que fossem ao plenário e dessem quórum para a continuidade dos trabalhos. O tucano também teve de responder a questionamentos dos colegas se a sessão de quarta-feira (19) seria adiantada para o período da manhã, liberando os parlamentares mais cedo para o feriado de Tiradentes, na próxima sexta-feira (21). Segundo ele, os trabalhos em plenário ocorrerão normalmente na parte da tarde.

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