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Henrique Zanetti, Marcia Zanetti, Terezinha de Fátima e Rose Carriel: familiares de vítimas do trânsito. | Eriksson Denk/Gazeta do Povo
Henrique Zanetti, Marcia Zanetti, Terezinha de Fátima e Rose Carriel: familiares de vítimas do trânsito.| Foto: Eriksson Denk/Gazeta do Povo

Mães e pais de vítimas de acidentes de trânsito acompanham do lado de fora o julgamento do ex-deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho nesta quarta-feira (28). “Queremos ver a Justiça ser feita”, diz Rose Mari Carriel de Lima, de 52 anos, que perdeu o filho Robson no dia que ele completou 21 anos, em 23 de dezembro de 2008.

Rose Carriel se aproximou da deputada federal Christiane Yared (PR-PR) logo depois do acidente envolvendo Gilmar Yared e Carlos Murilo, em 2009. “Começamos no Orkut e depois que ela criou o Instituto Paz no Trânsito. É um sofrimento que não tem fim, que atinge todos da família. Os acidentes matam as famílias como um todo”, afirma. O filho de Rose morreu na altura do Colégio Medianeira, na BR-116. Ele não sabia dirigir e pegou carona com um amigo que estava alcoolizado. O motorista perdeu o controle do carro e ele despencou de uma altura de 17 metros. Robson Carriel de Lima morreu na hora.

Siga o julgamento de Carli Filho em tempo real

Segundo Rose, ela conseguiu algumas vitórias nas esferas cível e criminal contra o motorista. Ele foi condenado a pagar 10 salários mínimos e cumprir 3 mil horas de servições comunitários, além de uma indenização de R$ 200 mil para a família da vítima.

Tristeza

Outro caso recente envolve Marlos Zanetti, de 18 anos. O acidente foi em Itapoá (SC), na Avenida Zilda Arns, no dia 31 de dezembro de 2016. O jovem estava num carro que foi atingido por outro, na contramão. Ele foi levado às pressas de helicóptero para o Hospital São José, em Joinville, mas faleceu às 15h do dia 1º de janeiro de 2017.

De acordo com o pai, o comerciante Henrique Zanetti, de 44 anos, o outro motorista estava alcoolizado e em alta velocidade. “Ele foi denunciado por homicídio doloso pelo Ministério Público neste final de semana. Eu espero justiça. A justiça impede que as pessoas achem normal beber e dirigir”, defende. O jovem trabalhava na loja do pai. Era filho único.

O julgamento também está sendo difícil para Terezinha de Fátima, de 60 anos, por “reviver memórias muito tristes”. Ela perdeu o filho Jefferson Queiroz de Araújo, na época com 27 anos, no dia 15 de abril de 2005. Ele era motoboy e morava com a mulher (grávida de dois meses) e outros três filhos: Jéssica, 6, Ruan, 5, Gabriel, 4. Numa sexta-feira à noite ele foi buscar lanche para a família de moto e foi atropelado por um motorista que guiava uma caminhonete. “Um conhecido nosso seguiu o carro. Ele não parou no local do acidente e ainda arrastou a moto por 2 km”, afirma. O acidente aconteceu na Estrada da Ribeira, em Colombo, região metropolitana de Curitiba.

Terezinha chegou a procurar um advogado, mas o motorista ofereceu um acordo de R$ 30 mil, que a família acabou aceitando. “Minha nora colocou o nome de Jefferson Mateus no meu neto em homenagem a meu filho, mas é uma lembrança que não sai da minha cabeça.” Ela faz terapia toda semana por conta das tragédias que afetaram a família depois do acidente: além de Jefferson, ela perdeu outros três filhos por complicações decorrentes de lúpus, problemas com epilepsia e um assassinato.

Terezinha de Fátima conheceu Christiane Yared em 2015, depois da eleição dela para a Câmara Federal, e desde então milita na ONG da deputada. “Nós esperamos justiça nessa semana. Esse caso precisa ter um ponto final”.

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