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Navio plataforma da Petrobras foi construído em Pontal do Paraná. | Gabriel Kuenzer/Divulgação
Navio plataforma da Petrobras foi construído em Pontal do Paraná.| Foto: Gabriel Kuenzer/Divulgação

Na madrugada desta quarta-feira (19), deixou o estaleiro no Paraná a plataforma petrolífera feita pela empresa italiana Techint para a Petrobras. A P-76 deve navegar pelos próximos quatro dias até Búzios (RJ), quando passará por testes e será considerada oficialmente entregue quando começar a explorar o pré-sal, na Bacia de Santos.

A obra foi feita em Pontal do Paraná, no Litoral, nos últimos quatro anos, com a adaptação de um navio cargueiro que virou plataforma. O projeto orçado inicialmente em US$ 889 milhões, chegou a empregar 5 mil pessoas, tanto de municípios paranaenses como de outros estados. Ao longo de 2018, à medida que as etapas de construção iam sendo construídas, os funcionários foram sendo dispensados.

Embora previsto desde o início, o desemprego em massa já começou a afetar a movimentação econômica em Pontal. A maior parte dos milhares de dispensados estava em Pontal apenas para executar o projeto e já retornou à cidade de origem. Mas também há um contingente, estimado entre 10% e 15% do total de trabalhadores, que mora na cidade e ficou sem emprego.

Enquanto tenta negociar um novo contrato, a empresa pretende manter um número mínimo de funcionários, embora não informe a quantidade. A estimativa da prefeitura é de perdas anuais de R$ 10 milhões, em arrecadação direta e indireta de impostos, caso a Techint não consiga novos projetos. A situação na cidade só não é mais complicada porque já começou a movimentação da temporada e também porque os demitidos estão gastando o dinheiro da indenização trabalhista no comércio local. Mas mercados, restaurantes, hotéis e prestadores de serviços já sentiram a redução.

Histórico

Não é a primeira vez que Pontal experimenta momentos de euforia e frustração com a atividade da Techint. O terreno foi comprado em 1981 e logo construiu a primeira plataforma. Depois ficou 15 anos parada. As atividades foram retomadas em 2004, novamente de forma temporária.

Há uma década, a Techint foi uma das beneficiadas – num primeiro momento – pela franca expansão dos negócios do empresário Eike Batista e se instalou na cidade para construir uma plataforma. Com a falência da OSX em 2013, ficou no prejuízo e dispensou milhares de funcionários. Ainda tenta encontrar um comprador para o projeto inacabado.

A desmobilização não foi total porque pouco tempo depois surgiu o contrato bilionário da Petrobras. Ao preço US$ 889 milhões, aceitou transformar um velho navio cargueiro em plataforma petrolífera. Foi uma das poucas obras não afetadas pela Lava Jato. A estrutura tem 332 metros de comprimento e mais de 60 metros de altura (considerando o navio de base e as estruturas modulares montadas em cima). A capacidade de armazenamento da plataforma é de 1,4 milhão de barris de petróleo, com possibilidade de processar 150 mil barris de petróleo por dia, além da compressão de 7 milhões de metros cúbicos de gás natural.

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