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Ratinho e Cida: adversários na campanha agora negociam a transição do governo do Paraná. | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Ratinho e Cida: adversários na campanha agora negociam a transição do governo do Paraná.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Às 16h30 desta terça-feira (6), Ratinho Junior (PSD) espera ouvir de Cida Borghetti (PP) que a transição de governo vai começar desde já. Há três semanas, ele vem tentando convencê-la a antecipar esse processo, originalmente marcado para 3 de dezembro. Apesar do bom relacionamento entre os dois, a equipe do governador eleito diz necessitar de dados mais precisos do Executivo para tomar as decisões que nortearão a futura gestão estadual. O núcleo mais próximo à governadora não revela a resposta que ela dará a Ratinho.

No dia 17 do mês passado, no Palácio Iguaçu, Cida e Ratinho se encontraram pela primeira vez para tratar da sucessão. Em tom amistoso, conversaram sobre aspectos gerais do Paraná e endossaram o apelo por celeridade na tramitação de alguns projetos de fundo econômico na Assembleia Legislativa.

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Na mesma data, Cida publicou um decreto determinando as diretrizes legais para a transição de gestão, a partir de 3 de dezembro. Ratinho, no entanto, pediu para que a data fosse antecipada para 29 de outubro, logo após o segundo turno. Sem resposta, ele protocolou formalmente um pedido à governadora no último dia 26. Cinco dias depois, encontraram-se em Brasília, numa reunião com os deputados federais do Paraná, quando o eleito do PSD voltou a tocar no assunto.

Segundo aliados de Ratinho, a transição tem ocorrido sem sobressaltos. Eles argumentam, porém, que nem todas as informações das quais precisam estão disponíveis publicamente e, por isso, é necessário o acesso oficial a dados mais detalhados. Uma das preocupações mais imediatas, por exemplo, diz respeito à estruturação dos trabalhos no litoral do estado para o verão.

A pressa de Ratinho é tanta que ele já tem definidos a maior parte dos cinco representantes que deve indicar para comandarem a transição no nome dele: Norberto Ortigara, ex-secretário de Agricultura; Wilson Bley, ex-secretário de Desenvolvimento Urbano e ex-superintendente do Paranacidade; João Carlos Ortega, ex-secretário de Desenvolvimento Urbano; e Claudio Stabile, ex-diretor de Administração e Finanças do Paranacidade. Especula-se que o último indicado seria o ex-ministro Reinhold Stephanes ou vice-governador eleito, Darci Piana.

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“Queremos nomes essencialmente técnicos, para saber o que pedir. É como um jornalista: tem de ser experiente o suficiente, para saber o que perguntar”, diz um aliado de Ratinho.

Projeto de PPPs

Outro acerto de ponteiros entre Cida e Ratinho que ainda está pendente envolve um projeto de lei a ser enviado à Assembleia Legislativa tratando de Parcerias Público-Privadas (PPPs). Ratinho já deixou claro que é esse modelo de concessão que pretende utilizar para vencer os problemas de infraestrutura do estado. A equipe do governador eleito já tem uma proposta redigida e vai tentar casá-la com um texto de Cida que também estaria pronto. A intenção é mesclar os dois e aprovar o projeto ainda neste ano, para já colocá-lo em vigor em 1º de janeiro.

A legislação vigente hoje criou o Paraná Parcerias, programa destinado a acompanhar, aprovar e estruturar as PPPs no estado. Pela norma, não podem ser realizados nesse modelo os contratos com valor inferior a R$ 20 milhões; com período de prestação de serviço inferior a cinco anos; ou que tenham como objeto único o fornecimento de mão de obra, o fornecimento e a instalação de equipamentos ou a execução de obra pública. São permitidas, por outro lado, PPPs nas áreas de transporte, saneamento, segurança, ciência e tecnologia, agronegócio e outras áreas “de interesse social ou econômico”.

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