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| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O primeiro dia de discussão da denúncia contra Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça na Câmara (CCJ) durou catorze horas e invadiu a madrugada desta quinta-feira, quando será retomada às 9 horas. Ao todo, 116 deputados se inscreveram para discursar e apenas 67 falaram nesta sessão. Desse total, 46 foram parlamentares da oposição e 21 governistas. Os aliados do governo pressionaram o presidente da comissão, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), a não paralisar os trabalhos. Eles têm pressa e querem votar o processo de Temer no plenário até esta sexta.

Exaltado, o deputado Hildo Rocha (PMDB-MA), defensor de Temer, chamou os deputados da oposição de preguiçosos e bateu-boca com Pacheco. O peemedebista pediu a ele que continuasse os trabalhos madrugada adentro.

“O presidente aqui sou eu. Não vou virar a madrugada”, disse Pacheco.

Irônico, Rocha rebateu: “Sei que Vossa Excelência vai dormir cedo”.

Irritado, Pacheco exigiu que Rocha o respeitasse.

Os deputados do governo evitavam discursar, na tentativa de encurtar a duração da sessão e votarem logo o parecer do relator Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), o que deve ocorrer nesta quinta. Ao contrário, os oposicionistas usavam todo o tempo disponível, de 15 minutos para integrantes da CCJ e dez minutos para não integrantes.

Ainda indignado por ter sido excluído da CCJ, o Delegado Waldir (PR-GO) fez um discurso duro contra Temer, o chamou de criminoso e disse que seus apoiadores rastejam.

“Muitos parlamentares estão de joelhos rastejando para essa organização criminosa que está no Palácio do Planalto. O criminoso que está no Planalto tem 93% de rejeição. Esse governo tem oito ministros investigados. Não sejam hipócritas. Como vocês têm coragem de defender os bandidos? Seus eleitores estão vendo isso tudo”, disse o delegado.

Chico Alencar (PSOL-RJ) disse ser deplorável uma sessão que julga o destino do presidente da República invada a madrugada, com poucos parlamentares presentes e já cansados.

“Essa conversa aqui é jogo jogado, de cartas marcadas, de baralho viciado”, disse Alencar.

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