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Fernando Bezerra Coelho: Existem, sim, algumas investigações, mas estamos seguros que, serão devidamente esclarecidas”. | Antonio Cruz/Agência Brasil
Fernando Bezerra Coelho: Existem, sim, algumas investigações, mas estamos seguros que, serão devidamente esclarecidas”.| Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) oficializou na terça-feira (19) a escolha de Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) como líder do governo no Senado. FBC, como é conhecido em Pernambuco, seu estado, foi ministro da Integração Nacional durante o primeiro mandato da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Também é acusado pela força-tarefa da Lava Jato de ter pedido propina às empreiteiras Queiroz Galvão, OAS e Camargo Corrêa.

A escolha de Bezerra Coelho é um aceno de Bolsonaro ao MDB, que tem a maior bancada da Casa, com 13 senadores. O próprio FBC reconhece que sua escolha tem por objetivo conquistar esses votos para as reformas que tramitarão no Congresso. “É uma clara sinalização de uma aproximação com a maior bancada do Senado em função até de construir uma base política sólida que permita a aprovação de matérias que exijam quórum qualificado [49 dos 81 senadores]”, disse Bezerra.

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O nome de Bezerra foi costurado entre o presidente do MDB, o ex-senador Romero Jucá (outro investigado pela Lava Jato), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que levou a sugestão ao ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), seu aliado e padrinho político. Onyx foi quem telefonou para Bezerra para anunciar a decisão de Bolsonaro, que deve encontrá-lo na tarde desta quarta-feira (20) ou na manhã de quinta (21).

Além da tentativa de levar o MDB para a base aliada, a escolha de Bezerra para liderar o governo no Senado sinaliza uma mudança de estratégia do Palácio do Planalto, que optou por um político mais experimente para a função. Na Câmara, o líder é o estreante Major Vitor Hugo (PSL-GO), que sofre com a rejeição de integrantes da base aliada de Bolsonaro.

O presidente ainda precisa escolher quem será seu líder no Congresso – que comanda a bancada governista nas votações conjuntas entre deputados e senadores, caso, por exemplo, dos vetos presidenciais.

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Moro teria tido resistência à escolha de Bezerra

Apesar da escolha de Bolsonaro, Bezerra Coelho é alvo de resistência de integrantes do governo, como o ministro da Justiça, Sergio Moro, e de senadores do PSL por ser alvo de investigações no âmbito da Operação Lava Jato.

“Todos os processos e investigações que tiveram curso, as denúncias foram arquivadas. Ao longo de 37 anos de vida pública, nunca tive uma sentença transitada em julgado em meu desfavor. Estamos tranquilos. Existem, sim, algumas investigações, mas estamos seguros que, serão devidamente esclarecidas e as matérias serão pacificadas do ponto de vista de eventuais imputações sobre minha conduta”, afirmou Bezerra.

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A trajetória política de Bezerra

Fernando Bezerra Coelho já foi deputado estadual e federal, além de prefeito de Petrolina (PE), cidade comandada atualmente por Miguel Coelho (PSB), um de seus filhos. Outro de seus filhos, o deputado Fernando Coelho Filho (DEM-PE), foi ministro de Minas e Energia durante o governo Michel Temer. Antônio Coelho (DEM), também filho dele, é deputado estadual.

Além de ter sido ministro de Dilma, o senador também foi líder do governo durante um período da gestão Temer. Já foi filiado ao PDS, PFL, PMDB, PPS, PSB e, em 2017, retornou ao MDB.

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Apesar de Bolsonaro ter sido derrotado em Pernambuco, sua base eleitoral, Bezerra disse não temer desgaste político. No estado, Bolsonaro teve 33,5% dos votos no segundo turno, ante 66,5% do candidato derrotado, Fernando Haddad (PT).

“O presidente Bolsonaro tem uma chance muito grande de relançar a economia brasileira, de voltar o Brasil a crescer na taxa de 3%, 4% ao ano, o que significa geração de milhões de empregos, o que é importante sobretudo para a região mais pobre do Brasil, que é o Nordeste. Acredito que aprofundando este debate sobre as reformas que estão propostas, e é o que nos aproxima do governo de Bolsonaro, aprovando estas reformas, o ambiente de confiança irá se elevar e os investimentos vão retornar com muita força”, disse o senador.

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