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 | Shena Reis
| Foto: Shena Reis

O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) poderá usufruir de uma nova sala de cinema com home theater, que está sendo instalada na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, zona norte do Rio. Graças à decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal de Justiça (STF), desta terça-feira (31), que impediu o ex-governador de ser transferido para um presídio federal em Mato Grosso do Sul.

A informação sobre a sala de cinema da cadeia, que é conhecida como “Presídio VIP”, foi publicada pelo jornal O Dia, nesta terça-feira (31). O espaço teria sido financiado pela Igreja Batista do Méier e pela Comunidade Cristã Novo Dia.

Segundo apurou a reportagem, a cinemateca equipada com home theater custará ao menos R$ 23 mil. A sala com uma TV de LED smart de 65 polegadas com Wifi, um Blu-ray Player 3D, um aparelho de som Receiver 51 e mais 160 DVDs, ficará pronta para uso nos próximos dias. A TV custa de R$ 9 mil a R$ 14 mil, o Blu-Ray de R$ 10,6 mil a R$ 12 mil, e o aparelho de som cerca de R$ 3 mil.

O controle da videoteca será feito por outro preso da Lava Jato, o ex-secretário de governo de Cabral, Wilson Carlos Carvalho, condenado a 45 anos de prisão por corrupção. A cada três dias no local, cuidando dos DVDs e do tempo que cada preso ficará assistindo aos filmes, irá diminuir um dia na prisão. Já o acesso dos internos a essa videoteca será definido pelo diretor da prisão. Ele que irá estabelecer dias e horários de cada galeria para usufruir do benefício.

De acordo com a nota da assessoria de imprensa da Secretaria de Administração Penitenciária, os aparelhos foram doados pela Igreja Batista do Méier juntamente com a Comunidade Cristã Novo Dia, “unidades religiosas cadastradas nesta pasta para trabalhos missionários dentro das unidades prisionais”. Além disso, afirmou que “a instalação de videotecas nas unidades prisionais estão dentro das previsões da Lei de Execuções Penais que cita a ressocialização dos internos”.

“Cabe ressaltar que na Cadeia Pública José Frederico Marques (presídio de Benfica), tal videoteca está sendo instalada e funcionará nos mesmos moldes das outras unidades, com doação total dos equipamentos feitos pela referida igreja”. “Esclarecemos que também há videotecas em unidades prisionais como Pedrolino Werling de Oliveira, Instituto Penal Benjamim de Moraes Filho, Penitenciária Moniz Sodré e Unidade Materno Infantil, todas atendidas com equipamentos doados”, informou a nota.

A Seap informou ainda que “o interno Wilson Carlos Cordeiro da Silva Carvalho foi classificado para trabalhar na referida videoteca, também dentro das previsões da Lei de Execuções Penais”. “Nesse caso, o interno que trabalha tem direito a remissão de pena. A cada três dias trabalhados ele tem um dia a menos na sua pena”, disse, acrescentando que “o acesso dos internos não será todos os dias”, informou.

Igreja nega doação

As igrejas apontadas como doadoras, procuradas pela reportagem, não confirmaram a sua participação. O presidente da Igreja Batista do Méier, João Reinaldo Purin Junior, negou a ação. A igreja publicou uma nota em seu site na qual o líder religioso afirma que “não autorizou qualquer doação de equipamentos eletrônicos a qualquer complexo penitenciário”. Diz ainda que “está adotando medidas para apurar e disciplinar quaisquer membros envolvidos no episódio ocorrido, que não agiram em nome da igreja”.

“A Igreja tem por hábito rejeitar quaisquer ofertas, doações e legados, quando estes tenham origem, natureza ou finalidade que colidam com os princípios éticos e cristãos exarados na Bíblia sagrada”, diz a nota assinada pelo pastor. Ele não retornou pedido de entrevista da reportagem. Já a Comunidade Cristã Novo Dia informou para a reportagem que a princípio desconhece a informação da doação, mas que irá apurar.

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