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Em evento tucano, o prefeito João Doria ressaltou sua amizade de décadas com o governador Geraldo Alckmin. | Diogo Moreira/a2img
Em evento tucano, o prefeito João Doria ressaltou sua amizade de décadas com o governador Geraldo Alckmin.| Foto: Diogo Moreira/a2img

O prefeito de São Paulo, João Dória, afirmou neste sábado não ser candidato em 2018 e declarou que sua relação com o governador Geraldo Alckmin é “indivisível”. “Não sou candidato a nada, a governador, a presidente, sou candidato a ser um bom prefeito”, disse ele durante evento tucano em Barueri (SP). “Minha relação com Geraldo Alckmin é indivisível. Ninguém nos separa, ninguém nos arranha, ninguém nos racha, é uma amizade de 37 anos”, afirmou o prefeito de São Paulo, destacando que esta relação não foi forjada na política e na vida pública, e sim no dia a dia. “Tenho enorme respeito por Geraldo Alckmin como cidadão, como político, como pai de família, como marido e como brasileiro.”

O prefeito disse que foram o PT e os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff que o motivaram a “sair da zona de conforto como empresário” e entrar na política, candidatando-se para prefeito da capital. “Eles quase arrasaram o país”, afirmou. Dória acrescentou ainda que o PSDB não faz defesa do governo de Michel Temer, mas uma defesa do Brasil. Apesar da crise política, o prefeito afirmou que a democracia está de pé no país. “Temos que defender o país, temos de proteger o país”, disse, e voltou a falar do PT, ressaltando que o partido é o inimigo do Brasil. Só na prefeitura de São Paulo, Dória afirmou ter herdado um rombo de R$ 7,5 bilhões. Ao comentar sobre o ex-prefeito Fernando Haddad, Dória disse que não falaria mal do petista. “Até porque dentro do PT ele tem uma postura honesta, o que é uma raridade no partido. O partido dele, sim, que tem um manual de desonestidade”, afirmou Dória, ressaltando que muitos membros da sigla ou estão presos ou com tornozeleiras.

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Dória disse que assumiu o comando da capital paulista como um gestor. “Estamos fazendo aquilo que o PT não sabe fazer, administrar, fazer as coisas de forma correta, decente, transparente”, disse ele. “Acertamos naquilo que o PT nunca soube acertar.”

Alckmin

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), defendeu a reforma política no evento. “Estamos em um modelo político esgotado”, disse durante rápido discurso. Alckmin usou um conceito médico para falar da necessidade de se reformar o sistema político brasileiro, mencionando que é preciso “suprimir a causa que o efeito cessa”. “Há uma falência do modelo político. A reforma tem de ser até setembro”, disse ele.

O governador disse que os partidos são a essência da democracia, mas criticou o fato de haver mais de 30 siglas. Além disso, na avaliação do governador, o custo de financiamento das campanhas é muito alto e é preciso pensar em formas de tornar as campanhas mais baratas. Uma delas, sugeriu Alckmin, seria fazer os programas obrigatórios para a televisão apenas com cenas internas, sem externas.

O Brasil, disse o governador, tem tudo para se recuperar. Mas para isso, completou, é preciso avançar, por exemplo, na agenda de reformas estruturais, além da política. “A reforma trabalhista vai estimular emprego e a renda”, disse ele, citando que 30% dos jovens estão desempregados no Brasil.

José Serra

Também presente ao evento, o senador José Serra (PSDB-SP) avaliou que o Brasil atravessa a maior crise política de sua história contemporânea. “O país está pior que em ouros momentos, pior do que em 1964”, disse ele, mencionando o ano em que houve o golpe militar. Serra destacou que, no conturbado momento político atual, é difícil identificar os lados e os interesses, ao contrário de 1964. “Não se sabe direito o que se quer.”

Serra defendeu uma reforma política que estabeleça o voto distrital misto. “É uma opção para salvar o sistema democrático no Brasil”, disse ele, que também defendeu o parlamentarismo. “Em democracias, é natural que partidos políticos sejam adversários, mas hoje a questão no Brasil é que há um desgaste geral”, ressaltou o senador. “A questão é a desmoralização de uma atividade que é essencial para o futuro do nosso país, que é a política.” Para o senador, em meio à crise política, o PSDB tem que reagir e se defender, mas principalmente mostrar propostas concretas. Serra terminou seu rápido discurso falando que está “em plena forma”, mas disse que seu mau humor continua, arrancando risos dos presentes.

O seminário “Região Metropolitana de São Paulo” foi organizado pelo Instituto Teotônio Vilela e reuniu prefeitos de cidades como Mogi das Cruzes, além de lideranças do PSDB.

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