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 | Cláudio Kbene / Instituto Lula e  Nelson Almeida/ AFP
| Foto: Cláudio Kbene / Instituto Lula e Nelson Almeida/ AFP

Faltando menos de duas semanas para a eleição, a pesquisa Ibope divulgada nesta segunda-feira (24)* mostra um segundo turno entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) cada vez mais consolidado. Enquanto o capitão da reserva estacionou em 28% entre a última pesquisa** e essa, Haddad passou de 19% para 22%, mantendo a tendência de crescimento. Desde o primeiro levantamento***, em agosto, o petista subiu 18 pontos percentuais. Bolsonaro, por sua vez, cresceu 8 pontos desde o mês passado. 

Bolsonaro e Haddad estão quase empatados na margem de erro. O capitão da reserva oscila entre 30% e 26%. Já o ex-prefeito de São Paulo tem entre 20% e 24% das intenções de voto. O maior crescimento de Bolsonaro veio logo após o candidato ter sido alvo de uma facada em Juiz de Fora (MG). Na primeira pesquisa depois do atentado, Bolsonaro subiu de 22% para 26% – o crescimento já era esperado por analistas por causa da comoção gerada em torno do ataque

Mais de 15 dias depois do ataque, os adversários voltaram a centrar fogo no capitão da reserva. Candidatos como Geraldo Alckmin (PSDB), Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede) subiram o tom contra Bolsonaro na propaganda de rádio e TV, e em atos de campanha pelo país. Além de ser alvo das propagandas de desconstrução dos rivais, Bolsonaro também é alvo de campanhas nas redes sociais. 

No Facebook, por exemplo, um grupo de mulheres se uniu para dizer não a Bolsonaro. O ato teve tanta repercussão que manifestações estão agendadas em várias cidades do país no próximo sábado (30) contra a campanha do presidenciável do PSL.

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Para o cientista político da PUC-PR, Mario Sergio Lepre, os ataques dos adversários na TV surtiram efeito. “Ele vinha numa ascensão e perde a continuidade da ascensão. Isso é resultado de campanhas mais estruturadas que a dele”, analisa. Para Lepre, a tendência é que os ataques se intensifiquem na reta final da campanha.

A tendência se mantém para os cenários de segundo turno. Logo após a facada, Bolsonaro, que perdia para Ciro, Marina e Alckmin no segundo turno, passou a empatar com Ciro e Alckmin e até a vencer Marina – no levantamento do dia 18. O Ibope desta segunda-feira já mostra que o capitão da reserva perde para Ciro e Alckmin, como ocorria antes do atentado em Juiz de Fora. Com Marina, Bolsonaro empata nesse levantamento. 

Já com relação a Haddad, o capitão da reserva perdia na simulação do início de setembro, passou a empatar nas duas pesquisas após o atentado, e voltou a perder para o petista nessa nova simulação. 

Alta do hospital pode alavancar campanha de Bolsonaro

O capitão da reserva está há mais de duas semanas internado, depois de ser esfaqueado no abdômen. A previsão é que ele tenha alta até sexta-feira (28). Mesmo que não volte a fazer campanha na rua por causa de sua recuperação, o fato de Bolsonaro deixar o hospital pode gerar um fato novo e ajudar a alavancar um pouco mais suas intenções de voto. 

Haddad é beneficiado por ataques a Bolsonaro e ainda pode roubar votos de Ciro

Ao contrário do que o tucano esperava, os ataques de Alckmin a Bolsonaro beneficiam Haddad. O petista tem conseguido conquistar os votos que seriam de Lula (PT), seu padrinho político que está preso impedido de concorrer. Com isso, tem se consolidado como provável candidato da esquerda no segundo turno. Segundo Lepre, se não conseguir crescer, Alckmin vai entregar um Bolsonaro debilitado para o enfrentamento com Haddad no segundo turno, o que favorece o petista. 

Nos levantamentos anteriores, Bolsonaro empatava com o candidato do PT no segundo turno, mas o Ibope divulgado nessa segunda mostra que o petista venceria se a disputa fosse hoje. Haddad chegaria a 43% e Bolsonaro, 37%. 

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Como tem crescido nas pesquisas e aparecido com chances de derrotar Bolsonaro, Haddad pode roubar votos de Ciro Gomes, que tenta se colocar como alternativa da esquerda capaz de derrotar Bolsonaro. “O Ciro tem o voto da esquerda. Quem já esta com Haddad e vê que ele consegue vencer o Bolsonaro no segundo turno, para que votar no Ciro?”, analisa Lepre. 

Nesse levantamento, Ciro se manteve estável, com 11% das intenções de voto. Haddad ampliou a diferença para o pedetista para 11 pontos percentuais. Na última pesquisa, essa diferença era de 8 pontos. 

Metodologia das pesquisas citadas

* Pesquisa realizada pelo Ibope com 2.506 entrevistados (Brasil) entre 22 e 23 de setembro. Contratada por Rede Globo e O Estado de S. Paulo. Registro no TSE: BR-06630/2018. Margem de erro: 2 pontos percentuais. Confiança: 95%.

** Pesquisa realizada pelo Ibope de 16/set a 18/set/2018 com 2.506 entrevistados (Brasil). Contratada por Rede Globo e O Estado de S. Paulo. Registro no TSE: BR-09678/2018. Margem de erro: 2 pontos percentuais. Confiança: 95%. 

*** Pesquisa realizada pelo Ibope de 17/ago a 19/ago/2018 com 2002 entrevistados (Brasil). Contratada por: Rede Globo. Registro no TSE: BR-01665/2018. Margem de erro: 2 pontos percentuais. Confiança: 95%.

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