• Carregando...
 | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

A Lava Jato se tornará política de estado no combate à corrupção, caso Alvaro Dias, candidato à presidência da República pelo Podemos, seja eleito. Cumprindo agenda de campanha, o senador visitou a sede da Polícia Federal (PF) em Curitiba, na manhã desta sexta-feira (24), onde se encontrou com Roberval Ré Calvivi, superintendente em exercício.

“Há pessoas que comparecem [à PF] para visitar o político preso, portanto, a pessoa errada. Eu vim à instituição certa para assumir um compromisso com o Brasil: fazer da operação Lava Jato política de estado no combate à corrupção, uma espécie de tropa de elite no combate à corrupção”, disse o senador. Nesta manhã, a também senadora e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, esteve na PF para visitar Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do partido à presidência da república e que cumpre pena em Curitiba.

O candidato tem tentado, em todas as ocasiões, associar seu nome à investigação iniciada em Curitiba. No lançamento de sua candidatura, Alvaro chegou a prometer que nomearia Sergio Moro ministro da Justiça caso fosse eleito - promessa que repetiu mais de uma vez no primeiro debate entre presidenciáveis, na Band. No último debate, na Rede TV!, Alvaro voltou a falar em combater a corrupção em praticamente todas as respostas que deu.

LEIA TAMBÉM: Por que João Amoêdo não participa dos debates presidenciais?

A posição de Dias é de que não há possibilidade de as promessas de qualquer candidato à presidência serem cumpridas sem que haja uma mudança profunda no atual sistema, considerado uma “fábrica de escândalos de corrupção”. “A operação Lava Jato será política de estado, tropa de elite no combate à corrupção, o grande cabo eleitoral do desenvolvimento, porque certamente o país mudará sua imagem no exterior. O Brasil voltará a ser sério e os investimentos que daqui foram expulsos pela corrupção e incompetência retornarão para gerar emprego, salário, renda e desenvolvimento”, afirmou o presidenciável.

Para conseguir tornar a Lava Jato uma política de estado, Dias afirma que vai implementar políticas que priorizem a apuração de crimes, com mecanismos de fiscalização e controle, apoio orçamentário e autonomia para que a PF desenvolva suas ações “sem as amarras da política, dos partidos e mesmo dos governantes”.

DESEJOS PARA O BRASIL: Democracia aprofundada

O senador também disse que vai acolher as propostas do Ministério Público para o combate à corrupção – e esse é um compromisso “inarredável”. “Nós sabemos que hoje alguns estão sendo presos – políticos presos, empresários presos --, mas se nós preservarmos esse sistema do balcão de negócios, essa fábrica de escândalos, nós continuaremos a ver surgindo barões da corrupção, ladrões do dinheiro público, de forma interminável e o país não alçará voo na busca do desenvolvimento”, argumenta.

Pouco popular, baixa rejeição

Alvaro Dias não tem um desempenho marcante nas pesquisas. A última pesquisa Ibope*, por exemplo, mostrou que o candidato tem 3% das intenções de voto – nos cenários com e sem Lula. Por outro lado, sua rejeição também é baixa: 11% dos eleitores afirmaram que não votariam nele de jeito algum.

A situação é mais favorável a Alvaro no Paraná, estado pelo qual é senador e do qual já foi governador. Pesquisa Ibope** realizada no estado coloca Dias na liderança com 22% das intenções de voto, em empate técnico com Lula (24%) e Jair Bolsonaro (PSL, com 20%). No cenário sem Lula, Alvaro tem 27% das intenções contra 22% de Bolsonaro.

Dias diz que não tem um plano para tornar seu nome mais conhecido em outras regiões do país. “Num país em que há um descrédito enorme em relação à política e aos políticos, alcançar alto grau de conhecimento só assaltando a Petrobras. Os que assaltaram a Petrobras são muito conhecidos no Brasil. Eu, felizmente, tenho a menor rejeição entre os candidatos e é isso que eu considero o grande patrimônio”, diz. Para o político, quem tem rejeição alta está inelegível e ele ainda tem potencial de crescimento.

LEIA MAIS: Candidato ao governo de SP, João Doria perde direitos políticos por quatro anos

Sobre o desempenho de Lula nas pesquisas, o senador ressaltou que ele é um político preso e que isso deveria ser suficiente para um “rejeição completa e absoluta”. “Esse é o país da decência, de políticos indecentes, mas de população trabalhadora e decente. Esses índices até se parecem com apologia ao crime e revelam a indiferença da vítima diante de seu algoz, a cumplicidade das pessoas ou então a revolta contra tudo e todos”, afirmou.

Para Dias, esse cenário de conflito de extremos não ajudará a buscar a coesão para reconstrução do país – ele defende uma “refundação da República”. Esse movimento seria um rompimento com o sistema vigente e contaria com a eliminação do privilégio das autoridades e redução do tamanho do estado e do Legislativo. A partir daí seria possível propor as reformas da Previdência, política e do sistema federativo. “Só assim nós teremos autoridade para mudar o país, celebrando um pacto de governabilidade. Não é com um conluio partidário, não é com essa política de coalizão de siglas partidárias que nós vamos romper esse sistema”, diz.

* Metodologia: Pesquisa realizada pelo Ibope de 17/ago a 19/ago/2018 com 2002 entrevistados (Brasil). Contratada por: Rede Globo. Registro no TSE: BR-01665/2018. Margem de erro: 2 pontos percentuais. Confiança: 95%.

** Pesquisa realizada pelo Ibope de 16/ago a 22/ago/2018 com 1008 entrevistados (Paraná). Contratada por: Rede Paranaense de Comunicação. Registro no TSE: BR-06574/2018. Margem de erro: 3 pontos percentuais. Confiança: 95%. OBS: A pesquisa está sendo impugnada por duas representações eleitorais, ajuizadas por interessados diversos, segundo os quais a pesquisa não atendeu aos requisitos previstos na Resolução n. 23.459/TSE, especialmente quanto à insuficiente estratificação para o nível econômico dos eleitores respondentes.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]