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| Foto: WALTERSON ROSA/ESTADÃO CONTEÚDO

Pré-candidato à presidência da República por um partido nanico, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) discute alianças para dar musculatura à campanha. As conversas mais recentes tentam uma costura com o PR, do mensaleiro Valdemar Costa Neto, para garantir o senador Magno Malta (PR-ES) como vice na chapa. Antes de escolher o PSL para disputar a Presidência, Bolsonaro cogitou migrar para o PR, mas as negociações não foram bem sucedidas.

O casamento partidário pode turbinar a campanha de Bolsonaro. Enquanto o PSL elegeu um deputado federal em 2014, o PR elegeu 34. O número de parlamentares eleitos é importante para a divisão de tempo de TV entre os candidatos e para distribuição de recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanhas (FEFC), aprovado pelo Congresso na última reforma eleitoral. Enquanto o PSL vai receber cerca de R$ 62 milhões do fundo, o PR vai abocanhar R$ 105 milhões – 6% do total de R$ 1,7 bilhões distribuídos entre as legendas.

A aliança, porém, pode garantir outros benefícios à Bolsonaro, segundo o cientista político Marcio Coimbra. “O Magno Malta, além de fortalecer o eleitorado que o Bolsonaro já tem, amplia isso para as igrejas evangélicas, onde tem grande penetração”, explica.

Para Coimbra, o senador, como vice na chapa de Bolsonaro, pode dar outro tom para a campanha. “O Magno Malta é muito informal, muito popular, vai trazer um tom para a campanha do Bolsonaro um pouco diferente dessa postura mais dura que o Bolsonaro tem hoje”.

Partido do mensalão é bom negócio

O PR de Magno Malta é um dos partidos manchados pelo escândalo do Mensalão, que estourou em 2005. O presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, é um dos políticos condenados no caso.

Segundo Coimbra, porém, é pouco provável que a reputação do partido respingue na campanha de Bolsonaro. “O Magno Malta tem uma estrela que não é vinculada ao PR. Ele também não anda com essa turma do PR, ele tem uma postura mais independente”, analisa.

Além disso, o cientista político acredita que o partido não vá se envolver institucionalmente na campanha. “Durante a campanha, não acredito que o PR assuma uma posição de protagonismo. A imagem do Magno Malta é muito descolada da imagem do partido. Acredito que essa postura independente vai fazer com que o eleitor não misture as estações e que o PR não contamine a campanha do Bolsonaro”, diz Coimbra.

Entraves passam por oportunidade de candidatura própria

Antes de consumar o casamento para a eleição, porém, o PR precisa decidir como vai se posicionar no pleito. O presidente do partido esteve recentemente com o presidente Michel Temer (PMDB) para conversar sobre cargos e eleição, mas por enquanto nada de concreto surgiu da conversa.

Além disso, o partido lançou a pré-candidatura de Josué Gomes, filho de José Alencar, o vice do ex-presidente Lula. A legenda aposta que Gomes pode ser o novo outsider da disputa à presidência, depois que o apresentador Luciano Huck e o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa (PSB) deixaram a corrida.

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