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 | Antônio More    /    Gazeta do Povo
| Foto: Antônio More / Gazeta do Povo

Além dos programas eleitorais gratuitos em rádio e TV, veiculados diariamente em três períodos, os brasileiros serão bombardeados por 8 horas e dezessete minutos semanais de inserções ao longo da programação. São 70 minutos diários, todos os dias.

Esse tempo, fora do horário eleitoral e picado ao longo das programações, será fundamental para ajudar o eleitorado a tomar sua decisão. 

Se por um lado ouvintes ou telespectadores podem sair da frente da TV ou desligar o rádio durante o programa eleitoral diário, as inserções de 30 ou 60 segundos serão exibidas nos intervalos da programação , sem muito tempo para mudar a estação. Por isso mesmo, esses filmetes e spots de rádio serão importantes para marcar nomes e propostas na cabeça dos eleitores - e também podem ser usados como munição pelas coligações contra seus oponentes.

Marcados na memória

Em uma campanha de período reduzido como a atual, de 45 dias, e com menos recursos financeiros para os partidos e limitações do tipo de meio que poderá ser usado para as propagandas, as inserções curtas serão preponderantes para o eleitor, analisa o advogado Alvaro Maimoni, sócio do escritório Maimoni Advogados Associados, que tem entre suas especialidades o Direito Eleitoral. 

“As inserções tem a possibilidade de construir na memória do eleitor que determinadas pessoas são candidatas. Nesse contexto, pode-se afirmar que terão papel de destaque na divulgação de candidaturas com pouco espaço na propaganda eleitoral", avalia o especialista. 

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Outro diferencial das inserções curtas é que não há regras sobre quantos segundos ou aparições devem ser usadas entre as candidaturas de presidente da República, governador, senador ou deputado federal. Com isso, os partidos podem optar para usar esse tempo estratégico totalmente com seus candidatos a presidente, por exemplo. 

Geraldo Alckmin pode aparecer até 62 vezes, Bolsonaro apenas uma 

Por dia, em rádio e TV, serão 140 mini propagandas, de todos os partidos, a serem distribuídas ao longo da programação, das 5h até as 24h. Ou seja, a cada hora de programação, durante 19 horas, o espectador verá e ouvirá em média sete propagandas. Quase metade delas de um mesmo grupo.

A divisão entre os partidos dessas 8 horas e 17 minutos semanais de inserções seguirá a mesma regra aplicada para o programa eleitoral. A coligação do PSDB com o Centrão (DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade) - que tem Geraldo Alckmin como o candidato à Presidência da República - terá o maior número de inserções diárias: 62, de 30 segundos cada. É quase uma hora a mais por semana, de aparição da chapa e seus coligados para o eleitorado. 

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A segunda maior coligação em tempo de aparições na TV e no rádio é do PT, que promete inscrever o ex-presidente Lula como candidato à presidente tendo o ex-ministro e ex-prefeito Fernando Haddad como vice. Serão 26 aparições ao longo da programação.

O MDB, que traz o ex-ministro Henrique Meirelles como candidato será a terceira coligação com mais inserções, 21 em um dia.

Já o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL), terá apenas uma inserção diária. Ciro Gomes (PDT) e seus aliados terão sete inserções, mesma quantidade de Alvaro Dias (Podemos), seguida por Marina Silva (REDE), com quatro.

Nesses filmetes e spots de rádio, os marqueteiros das campanhas podem optar por também usar o tempo para desconstruir ou atacar opositores. Como Meirelles tem baixos índices de intenção de votos segundo as mais recentes pesquisas, uma parceria entre o MDB e outro candidato (que poderia ser Alckmin, pelo alinhamento de propostas), poderia dar ainda mais munição contra algum oponente. Juntos, o MDB e o grupo liderado por Alckmin teria 60% das inserções diárias. 


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