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 | Waldemir Barreto    /    Agência Senado
| Foto: Waldemir Barreto / Agência Senado

Com várias cópias do resultado das eleições de 1989 embaixo do braço, o secretário-geral do PSDB, o deputado federal Marcus Pestana (MG), tem procurado lideranças e dirigentes de partidos de centro para fazer um alerta: ou se unem ou serão meros expectadores do segundo turno eleitoral deste 2018, assistindo a um duelo entre um candidato da extrema direita (Jair Bolsonaro) versus um da esquerda (Ciro Gomes ou Lula ou seu preposto).

Na última quarta-feira Pestana esteve com Alvaro Dias (Podemos-PR), presidenciável que anda tirando o sono dos tucanos, no gabinete do senador. A Gazeta do Povo acompanhou toda essa movimentação. Abordado no final do encontro, o secretário do PSDB citou Karl Marx: "Estou fazendo a minha parte e panfletando mesmo. Ou aprendemos com a história ou repetimos seus erros. A história se repete a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa. É a lição de Karl Marx", disse. 

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Ex-tucano e preterido na chapa de José Serra na disputa pelo Planalto em 2010, Alvaro Dias recebeu a Gazeta momentos depois. A conversa entre os dois, juram ambos, não passou por um convite para Dias abandonar sua candidatura e compor uma chapa como vice do governador paulista Geraldo Alckmin. Mas pode se entender que foi um primeiro passo, ainda que não formalizado.

Mas Alvaro Dias, que tem mais quatro anos de mandato como senador, disse que é melhor nem levarem tal proposta a ele. O raciocínio é simples: se ele é a preocupação é porque está bem no cenário político. Então, sobre ser vice de Alckmin, declarou:  "É algo que passa muito longe do meu alambrado". 

E segue no raciocínio de que sua condição é favorável. "Que não me venham propor uma posição de inferiordade. Se meu time não tem possibilidade seria o primeiro a abrir mão. Mas não é isso que vemos. Não cogito (ser vice de Alckmin) porque meu nome tem ampla aceitação. Teremos uma campanha e tempo para multiplicar ideias." 

O senador não demonstrou a mesma aflição de Pestana quanto à dispersão do centro. Ele tem lá seu otimismo. 

"Só o tempo dirá. É preciso acreditar na inteligência do centro progressista. Existe o voto útil. Concordo que a atual conjuntura eleitoral é a mais parecida com a de 89, mas acho que, neste pleito, não vão prevalecer os partidos, as grandes estruturas das maiores legendas, mas, sim, a força da imagem de cada um e sua história, assim como sua experiência administrativa e o passado limpo. Será uma eleição supra-partidária", diz Dias, num discurso quase autorreferente. 

É confortável, de fato, a situação política do senador, não só porque ainda tem mandato garantido. Ele tem um bom desempenho no Sul, região que dá a ele 11% dos votos nas pesquisas, e ainda tem um longo tempo de exposição pela frente para buscar ser conhecido nas regiões que não tem tanta penetração. 

O senador rebate as críticas de alguns opositores de que sua boa aceitação no Sul do país é apenas por uma questão de recall, de ser um nome que vem logo na lembrança das pessoas por ser mais conhecido até o momento. "Não é recall. É a lembrança do administrador que consideram que fui mesmo". 

E, sobre ainda não ser conhecido no país inteiro, acha melhor assim mesmo, por enquanto:  "Ser desconhecido é uma vantagem de 120%. Há campo para crescer. Muito melhor do que ser conhecido por envolvimento em escândalos". 

Para ele, mais que a aceitação é importante considerar a rejeição. "É a rejeição que precisa ser analisada. Ah, tenho 11% no Sul, mas a menor rejeição no país. Vamos chegar a pleno conhecimento das pessoas. Uma pessoa envolvida em corrupção é plenamente conhecida, mas plenamente rejeitada". 

Sobre o encontro com o secretário-geral do PSDB, Alvaro Dias tratou assim: "O que desejamos é uma boa relação, evitar agressões. Estamos no mesmo terreno político, mesmo espectro mais ao centro. Foi só isso". 

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