Investigado na Lava Jato e com várias de suas empresas em recuperação judicial, o empresário Eike Batista encontrou no Youtube uma maneira de voltar à telinha – dessa vez longe dos noticiários que cobriram o crescimento e o desmoronamento de seu império. O canal está ativo desde janeiro deste ano e conta com oito vídeos, 22 mil inscritos e 336 mil visualizações. Na nova carreira de youtuber, Eike Batista fala sobre economia brasileira, defende investimentos de suas empresas, fala da oportunidade de investir em bitcoins e diz querer motivar empreendedores a investirem no Brasil.
Ele, que já foi apontado como o homem mais rico do país, viu seu império ruir com as denúncias de corrupção e lavagem de dinheiro pela Operação Eficiência da Lava Jato, na qual foi preso. O empresário é acusado de pagar cerca de R$ 52 milhões em propina ao ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral.
Os internautas parecem não se importar muito com isso. Apesar de algumas poucas críticas, Batista é majoritariamente bem recebido no canal do Youtube e na página do Instagram, que iniciou no dia 26 de janeiro, mesmo dia do canal, e tem 13,3 mil seguidores. No Instagram, o empresário se apresenta como “soldado do Brasil”. Já no Youtube, a tônica é “empreendedor pelo Brasil”.
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Os vídeos do ex-bilionário têm duração máxima de cinco minutos e retratam os empreendimentos das empresas de Eike Batista como “projetos transformacionais” pelo Brasil. É o caso do Porto do Açu, em São João da Barra (RJ), exibido como um marco na construção portuária do país (iniciado pela LLX e repassado para outra empresa), e da Usina Solar de Tauá (CE), a primeira usina solar comercial brasileira.
Batista também dá “conselhos de investimentos para os jovens” sobre negócios e ciências do futuro. Nesse sentido, o empresário aposta em nanotecnologia e robótica; no crescimento na área de petróleo e do pré-sal; e nas criptomoedas, ou moedas digitais.
Os vídeos de Eike Batista são postados sempre às sextas-feiras, com exceção de um único, divulgado no sábado.
A Lava Jato
O empresário Eike Batista foi preso em janeiro de 2017 no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, no Rio. A prisão de Batista foi decretada pelo Juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal, na operação Eficiência, um desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro.
No entanto, o ex-bilionário ficou apenas três meses preso, visto que em abril, o Supremo Tribunal Federal (STF) cancelou a prisão preventiva. O empresário foi beneficiado, então, com a prisão domiciliar.
A determinação durou somente até outubro quando, novamente, o STF afrouxou a pena de Batista, que agora cumpre recolhimento domiciliar. Ou seja, ele deve ficar em casa apenas durante a noite, aos feriados e nos fins de semana.
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