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Bolsonaro com o governador de São Paulo, João Doria, em evento com empresários nesta quarta-feira (27). | Carolina Antunes/PR
Bolsonaro com o governador de São Paulo, João Doria, em evento com empresários nesta quarta-feira (27).| Foto: Carolina Antunes/PR

Após o presidente Jair Bolsonaro declarar durante entrevista que Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, estaria agressivo por problemas pessoais, Maia retrucou: “Está brincando de presidir o país”. Logo após um evento, em São Paulo, Bolsonaro voltou ao tema: 

“Se foi isso mesmo eu lamento, porque não é uma palavra de alguém que conduz uma Casa. É uma irresponsabilidade. A nossa forma de governar é respeitando todo mundo e o povo brasileiro. Não existe brincadeira da minha parte muito pelo contrário. Até quero acreditar que ele não tenha falado isso”, disse o presidente.

Maia fez a declaração nesta quarta, ao ser questionado sobre a fala de Bolsonaro de que estaria abalado por questões pessoais -uma referência à recente prisão de seu sogro, o ex-ministro Moreira Franco.

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Bolsonaro esteve no fim de tarde desta quarta-feira (27) com empresários em São Paulo. O encontro, que estava lotado, durou cerca de 40 minutos. Segundo pessoas presentes, ele não discursou aos convidados sobre medidas de seu governo, mas deu uma entrevista coletiva às redes autorizadas a participar do evento.

Apenas Bandeirantes, SBT, NBR, Record, Rede TV e TV Cultura foram autorizadas. Ficaram de fora a Folha de S.Paulo, o UOL, o Estado de São Paulo, o jornal O Globo, a CBN e a Globo News. 

Questionado por jornalistas sobre reforma da Previdência, Bolsonaro afirmou que a responsabilidade da aprovação é “de todos” e não só dele ou do presidente da Câmara.

“O passar do tempo ajuda os parlamentares a entender o que é a reforma da Previdência. Eu fui parlamentar por 28 anos, eu sei das pressões. Estamos fazendo isso não é por nós, é por nossos netos. A gente não tem capacidade de pagar mais. É responsabilidade de todos, não só minha, do presidente da Câmara, é de todos nós.”

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Ele disse ainda que há uma tentativa de envenenar sua relação com o Congresso. “Da minha parte não existe nenhum problema com parlamento. Há uma tentativa de envenenar o relacionamento. Tenho um profundo respeito e admiração pelo Rodrigo Maia e pelo Davi Alcolumbre, que são pessoas importantíssimas. Afinal não é um projeto meu, é um projeto do Brasil.”

Panos quentes

Entre os empresários presentes no evento esteve Daniel Feffer, um dos maiores acionistas da gigante de papel e celulose Suzano. Outro foi Fernando Marques, dono da farmacêutica União Química. O governador de São Paulo, João Doria, e o prefeito paulistano, Bruno Covas, também participaram do encontro.

Durante a entrevista coletiva, Doria pediu a palavra e atuou para apaziguar o conflito. “Esse é um momento de paz, de tolerância, não é um momento de beligerância. Não é o momento de estabelecermos cisões entre o Legislativo, o Executivo e nem tampouco o Judiciário”, disse o governador paulista.

Doria defendeu a reforma da Previdência e afirmou que, em todas as entrevistas de Bolsonaro que acompanhou, o presidente deu gestos de tolerância.

“Eu sou testemunha nesses últimos dias, até porque tenho conversado com o presidente, do esforço que ele tem feito para manifestar claramente seu respeito pelo Congresso Nacional e pelas cortes judiciárias”, afirmou.

O presidente e a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, foram recebidos na casa do empresário Elie Horn, fundador do grupo imobiliário Cyrela.

Horn é conhecido por sua forte atuação na filantropia. O convite enviado aos convidados dizia: “Susy e Elie Horn têm a honra de convidar para um encontro com a primeira-dama Michelle Bolsonaro em prol dos eventos sociais organizados pela Unibes a realizar-se se D’us quiser no dia 27 de março”. 

O acesso à rua de Horn, na zona sul de São Paulo, foi fechada. Pelo bloqueio de seguranças, passavam dezenas de carros sedan e SUVs de luxo. Na entrada da casa de Horn, recepcionistas checavam uma lista de presença e todos eram submetidos a um detector de metais. 

O evento ocorreu em meio a uma crescente tensão nas relações entre Congresso Nacional e o presidente. A crise tem preocupado empresários, que consideram a aprovação da reforma da Previdência essencial para a retomada da economia.

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