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Presidente eleito, Jair Bolsonaro, e seu escolhido para comandar o Ministério das Relações Exteriores, Ernesto Araújo | Valter Campanato/Agência Brasil
Presidente eleito, Jair Bolsonaro, e seu escolhido para comandar o Ministério das Relações Exteriores, Ernesto Araújo| Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O futuro chanceler, Ernesto Araújo, afirmou neste domingo (23) que nenhum integrante do regime de Daniel Ortega, na Nicarágua, participará da posse de Jair Bolsonaro como presidente da República no dia 1º de janeiro. 

Por meio de sua conta no Twitter, Araújo disse que a posse do futuro mandatário "marcará o início de um governo com postura firme e clara na defesa da liberdade". "Com esse propósito e frente às violações do regime Daniel Ortega contra a liberdade do povo da Nicarágua, nenhum representante desse regime será recebido no evento do dia 1º", continua a mensagem.

No fechamento desta reportagem, o Ministério das Relações Exteriores da Nicarágua ainda não havia se pronunciado sobre o anúncio do futuro chanceler brasileiro.

Socialistas de fora

Este é o terceiro país vetado de ter representantes na posse. Na semana passada, Bolsonaro afirmou que Nicolás Maduro, líder da Venezuela, e Miguel Díaz-Canel, de Cuba, não seriam convidados para o evento por serem ditadores.

A pedido da equipe de Bolsonaro, o Itamaraty teve que enviar comunicados aos governos dos dois países os desconvidando de participar da cerimônia de posse. Inicialmente, a diplomacia brasileira havia convidado todos os países com os quais o Brasil mantém relações diplomáticas, razão pela qual o convite foi feito.

Repressão na Nicarágua

A Nicarágua está vivendo um período de crescente repressão por parte do ditador Daniel Ortega. Depois da morte de mais de 300 manifestantes em confrontos com a polícia durante abril, maio e junho, o regime proibiu protestos, está acabando com a liberdade de imprensa e vigiando de perto as atividades das ONG’s de direitos humanos.

Na semana que passou, Ortega expulsou da Nicarágua dois grupos da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) que monitoravam a crise social no país. Na semana anterior, nove ONGs que desenvolvem um trabalho crítico ao governo de Ortega tiveram o registro jurídico para atuar na Nicarágua cassados pelos parlamentares, aliados do regime. Segundo os deputados governistas, essas ONGs participaram de "atos terroristas, crimes de ódio e tentativas de golpe frustradas" contra Ortega. 

Leia mais:  Segurança que matou brasileira na Nicarágua é condenado a 15 anos de prisão

A imprensa independente também está sendo perseguida. Há algumas semanas, Miguel Mora, diretor do 100% Notícias, meio de comunicação crítico ao governo, foi preso. E na semana passada, policiais invadiram um dos principais jornais de oposição na Nicarágua, o El Confidencial, a mando do ditador.

Sanções dos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou, na semana passada, um projeto de lei que veta pedidos de empréstimo do regime nicaraguense nos organismos multilaterais. A Lei Nicaraguense de Condicionalidade de Investimento, conhecida como Nica Act, ameaça ainda com sanções os países que ajudarem o governo do ditador Daniel Ortega.

Ficam de fora das sanções os financiamentos a projetos que promovam a democracia e as necessidades básicas da população.

Os Estados Unidos já haviam aplicado recentemente sanções a três funcionários de Ortega e revogado ou restringido a concessão de vistos a nicaraguenses que tenham qualquer relação com atos de violência a repressão aos protestos no país.

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