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O chefe da força-tarefa da Lava Jato no MPF, Deltan Dallagnol, fala sobre a devolução de recursos à Petrobras. À esquerda, o presidente da estatal, Ivan Monteiro. | André Rodrigues/Gazeta do Povo
O chefe da força-tarefa da Lava Jato no MPF, Deltan Dallagnol, fala sobre a devolução de recursos à Petrobras. À esquerda, o presidente da estatal, Ivan Monteiro.| Foto: André Rodrigues/Gazeta do Povo

O Ministério Público Federal (MPF) no Paraná esta devolvendo à Petrobras pouco mais de R$ 1 bilhão em recursos que foram desviados da companhia, um recorde no âmbito da Operação Lava Jato. O anúncio foi feito em cerimônia realizada nesta quinta-feira (9), na sede do MPF em curitiba, com a presença do presidente da Petrobras, Ivan de Souza Monteiro.

A recuperação desses valores é resultado de 17 acordos de delação premiada, quatro acordos de leniência e ainda da entrega espontânea de recursos feita por um dos réus da operação. A maior parte do valor anunciado nesta quinta – precisamente R$ 1.034.406.939,75 – já foi transferida para a companhia. Os R$ 774.599.245,91. Já depósitos são decorrentes do acordo de delação premiada feito com Zwi Skornick e de uma parcela do acordo de leniência da Keppel Fels.

Paula Cristina Conti Thá, procuradora-chefe do MPF/PR, lembra que esses valores representam “a maior restituição da história da justiça criminal do Brasil. Em 3,5 anos de investigação, até dezembro de 2017, havia sido restituída a quantia de R$ 1.475.586.737,77. A restituição que está sendo feita hoje, sozinha, é a maior não só da operação Lava Jato, mas da história da justiça criminal do país”.

Um total de quase R$ 260 milhões ainda precisa ser repassado à Petrobras, mas já se encontra em uma conta judicial e deve ser transferido nos próximos dias. Desses, cerca de R$ 44 milhões foram recuperados somente por meio da devolução espontânea feita por Glauco Colepicolo Legatti.

Deltan Dallagnol, procurador responsável pela Lava Jato no Paraná, comparou-a à Operação Mãos Limpas, que investigou casos de corrupção na Itália. Afirmou que, assim como aconteceu naquele caso, não houve até o momento medidas para facilitar a investigação dos casos de corrupção no Brasil.

Ele também pediu que, nas eleições de 2018, os brasileiros votem “de acordo com suas preferências partidárias, de acordo com sua visão de mundo, formando um Congresso plural, mas escolhendo pessoas com passado limpo, compromisso com a democracia e que apoiem as medidas contra a corrupção. Não existe atalho contra a corrupção. A única solução para esse problema que corrói nossa democracia é mais democracia”.

A devolução anunciada nesta quinta-feira soma-se a outros valores já recuperados pela Lava Jato e repassados à Petrobras – ao todo, a empresa recebeu R$ 2,5 bilhões. Esse valor representa 20% dos R$ 12,3 bilhões que devem voltar aos cofres da Petrobras. Esse valor deve ser alcançado por meio dos 175 acordos de delação premiada, 11 acordos de leniência e um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) já celebrados.

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