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 | Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega admitiu à Justiça Federal do Paraná ter uma conta na Suíça não declarada no Brasil. Em petição ao juiz Sergio Moro, apresentada nesta segunda-feira (29), os advogados de Mantega afirmaram que a conta Papilon Company, no Banco Picktet, na Suíça, recebeu um único depósito de US$ 600 mil como parte de pagamento pela venda de um imóvel herdado do pai. A defesa disse ainda que tem outras informações bancárias a fornecer não relacionadas com o período sob investigação, que deverão ser prestadas quando Mantega for intimado a depor.

O ex-ministro abriu mão do sigilo fiscal, bancário e financeiro e informou que a conta na Suíça foi aberta antes de ele ter assumido o Ministério da Fazenda. Na petição, a defesa promete entregar os extratos da conta tão logo os receba do banco suíço.

A defesa diz que Mantega “não espera perdão nem clemência pelo erro que cometeu ao não declarar valores no exterior, mas reitera que jamais solicitou, pediu ou recebeu vantagem de qualquer natureza como contrapartida ao exercício da função pública, conforme poderá inclusive confirmar o extrato da conta, documento que o peticionário se compromete a apresentar tão logo o obtenha da instituição financeira”.

O ex-ministro da Fazenda foi alvo de mandado de prisão temporária na 34ª fase da Operação Lava Jato. Surpreendido no Hospital Albert Einstein, onde acompanhava a mulher num tratamento contra o câncer, acabou tendo a prisão revogada pelo juiz Sergio Moro. Na época, o empresário Eike Batista havia afirmado que pagou US$ 2,35 milhões ao PT (cerca de R$ 4,7 milhões na época) a pedido do ex-ministro.

Mantega também foi citado na delação do empresário Marcelo Odebrecht. Segundo ele, durante a negociação da MP 470, conhecida como Refis da Crise, Mantega lhe pediu R$ 50 milhões. A MP permitia o parcelamento da dívida tributária da Braskem, controlada pela Odebrecht, que chegaria a R$ 4 bilhões.

Marcelo disse que Mantega só começou a usar o dinheiro a partir de 2011 e o valor ficou creditado na contabilidade paralela da empresa, na conta “pós italiano”. O empresário disse que, ao contrário de Palocci, que negociou e administrou valores do caixa 2 da empresa depois de sair do governo, Mantega teria negociado durante todo o período em que esteve no cargo de ministro.

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