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Na gravação inédita, Joesley Batista prevê mudança em sua vida e nos negócios e já projeta abertura de capital nos Estados Unidos. | Rovena Rosa/Agência Brasil
Na gravação inédita, Joesley Batista prevê mudança em sua vida e nos negócios e já projeta abertura de capital nos Estados Unidos.| Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

A revista “Veja” que circula neste fim de semana revela novos trechos de gravações entre Joesley Batista e executivos do grupo J&F, controlador do frigorífico JBS. No principal deles, diz a revista, Joesley e Ricardo Saud, diretor de relações institucionais do grupo, haviam acabado de deixar a sede da Procuradoria-Geral da República (PGR), onde participaram de negociações sobre o acordo de delação premiada que fechariam mais adiante.

A certa altura da conversa, de 25 minutos, Joesley prevê uma mudança em sua vida e nos negócios.

“Com essa história aqui, nós não vamos fazer rolo mais nunca”, disse o empresário, ao que Saud respondeu: “Vai sumir os vagabundo tudo da gente” (...) Nós nunca mais vamos ganhar a vida fazendo rolo”.

Outro trecho confirma que o empresário confiava escapar da prisão e já programava os próximos passos da empresa:

“Vou fechar essa p... no dia 15 de março. A gente vaza e faz filing SEC e faz IPO”, afirma Joesley, falando sobre o registro da JBS Foods International na SEC – “xerife” do mercado de capitais dos Estados Unidos, equivalente norte-americana da Comissão de Valores Mobiliários do Brasil – e à posterior abertura de capital da companhia nos EUA.

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Segundo a revista, fica claro que os dois já haviam repassado à PGR os diálogos comprometedores com o presidente Michel Temer (PMDB) e o senador Aécio Neves (PSDB-MG).

A gravação faz parte do mesmo pacote do áudio entregue acidentalmente à PGR e que acabou por resultar no cancelamento do acordo de delação de Joesley e Saud.

De acordo com a “Veja”, a conversa mostra que Joesley, Saud e o diretor jurídico do grupo, Francisco de Assis e Silva, desconfiavam das intenções do então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, com quem assinariam os termos da delação.

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“Nós só temos um risco. O compromisso político do Janot com o Temer“, diz o diretor jurídico, insinuando uma aliança do procurador-geral com o presidente. Apesar do suposto compromisso, nos meses seguintes Janot apresentaria duas denúncias contra Temer – a primeira foi derrubada pela Câmara e a segunda ainda não foi apreciada – e seria considerado um “inimigo” pelo presidente.

“Mas não tem [o risco] com o Aécio (...) Nós temos as duas opções. Ele não pode se dar bem com o PSDB e o PMDB”, argumenta Saud, ao que Assis e Silva conclui: “Eles [os procuradores] querem f... o PMDB”.

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