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Em Moscou, Temer não quis comentar o relatório da PF: “Isso não é uma questão política, é uma questão jurídica. E eu não faço juízo jurídico”. | Beto Barata/PR
Em Moscou, Temer não quis comentar o relatório da PF: “Isso não é uma questão política, é uma questão jurídica. E eu não faço juízo jurídico”.| Foto: Beto Barata/PR

O relatório parcial enviado pela Polícia Federal (PF) ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (19) afirma que, pelos elementos reunidos no inquérito que tem como alvo o presidente Michel Temer, é possível concluir que houve “pagamento de vantagem indevida” de maneira “remota” ao peemedebista e “imediatamente” a Rodrigo Rocha Loures, ex-deputado do PMDB-PR, pelos empresários do Grupo J & F.

Leia na íntegra o relatório parcial da Polícia Federal sobre o inquérito de Temer

“Os elementos reunidos nos autos do Inquérito n° 4483 permitiram que fossem elaboradas conclusões acerca do fato ‘pagamento de vantagem indevida pelo Grupo J & F Investimentos S/A a Rodrigo Rocha Loures imediatamente e a Michel Miguel Elias Temer Lulia, Presidente da República, remotamente, em razão de interferência ou de suposta interferência no andamento de processo administrativo em trâmite na Conselho Administrativa de Defesa e Econômica (Cade)’”, diz o documento.

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Nesta terça pela manhã, em Moscou, o presidente não quis comentar a informação de que a Polícia Federal teria encontrado indícios de corrupção envolvendo seu nome. “Isso não é uma questão política, é uma questão jurídica. E eu não faço juízo jurídico”, disse.

No relatório, a PF se reportou ao fato de que Temer não respondeu nenhuma das 82 perguntas a ele endereçadas sobre o caso JBS. “Diante do silêncio do mandatário maior da nação e de seu ex-assessor especial, resultam incólumes as evidências que emanam do conjunto informativo formado nestes autos, a indicar, com vigor, a prática de corrupção passiva.”

No relatório, a PF diz ainda que é “recomendável” esperar a conclusão da perícia na conversa gravada entre Temer e o empresário Joesley Batista para emitir conclusões sobre se houve tentativa de embaraço a investigação criminosa.

O documento, assinado pelo delegado Thiago Machado Delabary, afirma ainda que a PF precisa de mais cinco dias de prazo para dar prosseguimento a investigações relacionadas a outros dois fatos: se houve pagamentos periódicos ao deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Lúcio Bolonha Funaro, como forma de mantê-los em silêncio, ou seja, evitando eventual celebração de acordo de colaboração premiada deles, e para a confissão que Joesley fez a Temer que estava corrompendo magistrados e membros do Ministério Público.

Cabe ao relator do inquérito no STF, ministro Edson Fachin, decidir se vai atender ao pleito da Polícia Federal e estender o prazo para as investigações. A expectativa é que isso aconteça ainda nesta terça-feira (20).

Outro lado

O criminalista Antônio Claudio Mariz de Oliveira, advogado de Temer, disse que a defesa entende ser desnecessário “qualquer pronunciamento neste momento” em relação ao relatório parcial enviado pela Polícia Federal ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Apesar da negativa, Mariz criticou a conduta da PF. “Não vamos responder, pois na verdade um relatório sobre investigações deveria ser apenas um relato das mesmas investigações e não uma peça acusatória. Autoridade policial não acusa, investiga”, afirmou.

O Palácio do Planalto também tem evitado comentar o tema e ao ser questionado oficialmente sobre o andamento das ações da PF diz apenas que os advogados do presidente é que se pronunciam sobre o caso.

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