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 | Rogério Theodorovy/Arquivo/Gazeta do Povo
| Foto: Rogério Theodorovy/Arquivo/Gazeta do Povo

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, voltou a pedir para que o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), reveja a sua decisão e autorize a prisão preventiva de Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex-assessor especial do presidente Michel Temer.

Para Janot, como Rocha Loures perdeu a prerrogativa de foro privilegiado, já que o ex-ministro da Justiça Osmar Serraglio (PMDB-PR) voltou à Câmara, não há mais motivo para que a medida cautelar deixe de ser executada.

Quando negou o pedido há duas semanas, após deflagrada a Operação Patmos, Fachin havia alegado a imunidade parlamentar de Rocha Loures para não autorizar a prisão. O ex-assessor de Temer havia assumido o mandato de deputado federal no lugar de Serraglio. Após ser deposto da Justiça, o peemedebista decidiu recusar a oferta de Temer para virar ministro da Transparência e reassumir o seu mandato.

Na semana passada, Janot já havia pedido para Fachin reconsiderar a decisão tanto relativa a Rocha Loures quanto ao senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG).

Para o procurador-geral da República, a prisão dos dois é “imprescindível” para garantia da ordem pública e instrução criminal, diante de fatos gravíssimos que teriam sido cometidos pelos parlamentares. Aécio e Rocha Loures foram gravados pelo empresário Joesley Batista, dono da JBS, em negociação de pagamento de propina. Depois, ambos foram alvos de ações controladas pela PGR. Em um dos vídeos, Rocha Loures aparece “correndo” após supostamente ter recebido uma mala com R$ 500 mil.

“Fragilidade de temperamento”

O novo pedido de prisão de Rocha Loures não foi surpresa no Palácio do Planalto, que agora teme por uma delação de um dos mais próximos colaboradores de Temer nos últimos anos. Mesmo negado pela sua defesa, o governo acredita que Loures não resistirá a pressão de uma eventual prisão e cederá em trocar uma condenação por novos e comprometedores fatos que envolvam até mesmo o presidente.

“Não dá para negar que há um risco iminente que ele aceite uma delação. Quem o conhece bem sabe de sua fragilidade de temperamento. E há uma questão familiar por trás, que sempre pesa no momento de decidir algo dessa natureza”, disse à Gazeta do Povo um colaborador do presidente Temer.

Essas questões pessoais que podem pesar na sua decisão envolvem a gravidez de sua esposa e pressão de outros integrantes família.

Temer e seus aliados esperavam esse pedido de Janot tão logo Rocha Loures perdesse o foro dado a força das provas contra ele. O Ministério Público evitou sua prisão em flagrante, quando foi filmado carregando uma mala com R$ 500 mil, para poder avançar na investigação. No Planalto, se acredita que o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, não hesitará dessa vez em aceitar o pedido do procurador.

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