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 | Luis Macedo/Agência Câmara
| Foto: Luis Macedo/Agência Câmara

Coube à deputada Mariana Carvalho (PSDB-RO), que quer seu partido fora do governo e que considera Michel Temer envolvido sim em corrupção, a leitura das 61 páginas da denúncia criminal encaminhada à Câmara pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ela é a segunda-secretária da Mesa, por isso assumiu essa missão.

Mariana disse que ficou chocada com toda a narrativa, em especial com a riqueza de detalhes dos encontros entre Temer e o empresário Joesley Batista, dondo da JBS. “Na verdade, o contexto todo choca. As conversas são muito íntimas. E dizer (Temer) não ser amigo e não ter conhecimento? Tem as provas, os áudios”.

Temer é acusado de corrupção passiva pelo procurador-geral da Rodrigo Janot por supostamente ter se beneficiado da propina de R$ 500 mil paga ao seu ex-assessor Rodrigo Rocha Loures, que ficou conhecido como o homem da mala.

A parlamentar lamentou que a Câmara, no ano seguinte ao impeachment de Dilma Rousseff (PT), tenha que novamente decidir o destino de um presidente da República. “O que mais me impressiona é que, mesmo tendo um caso recente de afastamento (de Dilma), o novo presidente que assumiu ainda se deixou levar pela corrupção”.

A parlamentar afirmou que sua posição contrária ao governo e a favor que o PSDB abandone os cargos que têm na Esplanada é conhecida pela direção da legenda. “Digo isso em todas nossas reuniões”, afirmou. Perguntada se votará pela admissibilidade da denúncia no plenário da Câmara, ela não pestanejou. “Sim, sim, claro”.

Trajetória política

Deputada de primeiro mandato, Mariana não costuma voar para o mesmo lado que a maioria dos tucanos. Em fevereiro, ela contrariou a vontade do partido e se candidatou para a segunda secretaria da Mesa Diretora da Câmara. A vaga, reservada para o PSDB via entendimento de líderes, caberia ao deputado Carlos Sampaio (SP), mas ele desistiu na última hora diante da insistência de Mariana em se candidatar. Ela recebeu mais de 400 votos e se elegeu para o cargo.

Nascida em São Paulo, Mariana tem 30 anos e formação em Direito e Medicina. Entrou na política por influência do pai Aparício Carvalho, que foi vereador em Porto Velho, deputado federal e vice-governador de Rondônia.

Filiada ao PSDB desde 2003, já exerceu os cargos de presidente do PSDB Jovem de Rondônia e secretária nacional de políticas públicas para mulheres jovens do PSDB nacional. Atualmente é vice-presidente da Executiva Nacional.

Em 2008, ela disputou sua primeira eleição, sendo eleita vereadora em Porto Velho. Quatro anos depois, aos 25 anos, concorreu, sem sucesso, à prefeitura da cidade. Foi candidata a prefeita de capital mais jovem do Brasil na ocasião.

Em 2014, conquistou uma cadeira de deputada federal com 60.324 votos.

Ouça a entrevista com Mariana Carvalho

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