![Quem ficou mais rico na recuperação da crise? Foi a classe A | Fernando Zequinão/Gazeta do Povo](https://media.gazetadopovo.com.br/2017/11/f3dc26c8672fe86438a6aa7a1cd9b475-gpLarge.jpg)
A recessão econômica que o Brasil enfrentou nos últimos anos não poupou ninguém. Aumento nos indicadores de desemprego, redução do consumo, queda em investimentos. A crise atingiu em cheio a classe A, cujas famílias viram a massa de renda despencar. Também pudera: as famílias no topo da pirâmide social brasileira possuem rendimento mensal superior a R$ 17,2 mil.
Mas são essas famílias também que estão puxando a retomada. A recuperação da classe A é a mais acelerada, com retomada da renda ainda em 2017 e previsão de crescimento alta para os próximos anos, a partir de 2018. As conclusões são de um estudo dos economistas Camila Saito e Adriano Pitoli, da Tendências Consultoria Integrada.
De acordo com os economistas, há um padrão no comportamento das classes de renda nos períodos de recessão e retomada da economia. O pior desempenho da massa de renda da classe A durante os períodos de recessão econômica é explicado, em partes, pela maior concentração de empregadores nessa categoria, com a renda atrelada à lucratividade de suas empresas. Dessa forma, eles sentem de formas mais rápida os efeitos negativos da crise.
Em contrapartida, é essa mesma participação de empregadores na classe A que possibilita reações mais agudas de recuperação. Ou seja: os donos de negócios veem seus rendimentos crescerem com o melhor desempenho das empresas na fase de retomada da economia. No primeiro semestre de 2017, a massa de renda da classe A cresceu 10,3% ante 1,5% da média geral. Outro fator que trouxe equilíbrio para essa fatia da população foram os trabalhadores do setor público, já que a renda deles é menos afetada pela dinâmica econômica que a de outros setores.
Os economistas ainda projetam que no cenário para o período 2018 – 2026, a tendência é de desempenho forte da classe A. A expectativa é de crescimento de massa de renda de 4% ao ano nesse período. “O cenário aponta para uma retomada mais intensa da classe A nos próximos anos. No entanto, o menor dinamismo esperado para a renda do funcionalismo público nos próximos anos deve segurar um pouco a recuperação desta classe”, analisam os economistas.
O fator funcionalismo tem seu peso. Com o governo em crise financeira, os servidores estão vendo seus reajustes serem adiados e algumas mordomias estão na mira para serem reduzidas ou até mesmo cortadas. Além disso, embora não haja uma redução drástica no número de concursos, tampouco há a garantia de reposição de vagas e chamamento dos concurseiros aprovados.
De acordo com as projeções dos economistas, será em 2017 e 2018 que a classe A terá o ritmo mais intenso de crescimento da massa de renda, chegando a um pico de 9,4% neste ano. A partir de 2019, a tendência é de o crescimento variar ente 3,5% e 4,4%. E é da classe A que deve vir a maior variação da massa de renda. As projeções indicam um acréscimo de R$ 77,52 bilhões entre 2018 e 2021. Já no período seguinte, entre 2022 e 2026, a variação deve ser de mais R$ 73 bilhões. Esses valores representam praticamente metade da variação total de massa de renda brasileira.
E o aumento da renda também será acompanhado do processo de migração de famílias para as classes mais altas. A projeção da evolução do número de famílias por classe também é de 4% ao ano para a classe A. Durante a crise, entre 2015 e 2016, pelo menos 496 mil famílias deixaram a classe A. A expectativa é de que entre 2019 e 2025, 850 mil famílias sejam integradas a esse grupo.
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