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| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

A bancada ruralista é a segunda maior do Congresso Nacional, em números. Segundo o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), são 109 deputados e 17 senadores.

Os critérios adotados pelo especialista em políticas públicas, Bruno Carazza, para identificar o lobby no Congresso ajudam a entender o poder de influência da bancada. Segundo o especialista, duas variáveis mostram o poder de fogo de cada uma das bancadas na elaboração de políticas públicas: o número de frentes parlamentares ligadas ao tema e as doações de campanha de empresas ligadas ao setor.

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Na Câmara dos Deputados, estão registradas 20 Frentes Parlamentares ligadas ao agronegócio. A principal delas, a Frente Parlamentar Mista da Agropecuária (FPA), tem 209 deputados em exercício. A FPA é mantida pelo Instituto Pensar Agropecuária (IPA), composto por 39 entidades do setor.

Entre as pautas do setor estão a mudança no licenciamento ambiental; o trabalho escravo; regulamentação da aquisição de terras por estrangeiros; demarcação de terras indígenas; aprovação da lei dos agrotóxicos; e a indicação de diretores da Funai e do Ibama – estratégicos para o agronegócio.

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Entre as conquistas da bancada está, por exemplo, a derrubada do veto presidencial de alguns pontos do Programa de Regularização Tributária Rural, o chamado Refis Rural. O presidente Michel Temer havia barrado o perdão de 100% das multas e encargos dos débitos referentes ao Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural). A decisão do Congresso representa uma perda de R$ 15 bilhões para os cofres públicos.

A bancada ruralista ganhou ainda mais força depois do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Os ruralistas formam, junto com a bancada evangélica e com a bancada da segurança pública, a Bancada BBB (boi, bíblia e bala), que foi fundamental na votação do impeachment na Câmara. A bancada também foi uma importante defensora do ex-presidente da Casa, Eduardo Cunha (MDB) - atualmente preso na Lava Jato. Já no governo Michel Temer (MDB), as três bancadas passaram a cobrar apoio do presidente para suas agendas no Congresso. A Bancada BBB tem em comum o apoio a pautas conservadoras no Congresso.

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