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| Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Um dia após ver a reforma trabalhista derrotada por 10 votos a 9 na CAS (Comissão de Assuntos Sociais) do Senado, o Palácio do Planalto retaliou ao menos um dos senadores aliados que votaram contra o relatório de Ricardo Ferraço (PSDB-ES).

Nesta quarta-feira (21) foi publicada a exoneração do Diretor de Planejamento e Avaliação da Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), Vicente Ferreira, indicado pelo senador Hélio José (PMDB-DF), um dos contrários à reforma na votação realizada na terça-feira (20).

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O voto de Hélio José pegou o governo de surpresa. Na manhã desta quarta-feira, o senador acusou o governo de retaliar aqueles que não apoiam as reformas. Ele reclamou da exoneração de seu aliado. Disse ainda que outro indicado seu, superintendente da Superintendência do Patrimônio da União (SPU) do Distrito Federal, também foi exonerado pelo governo distrital. A portaria no Diário Oficial do DF, com a demissão, ainda não foi publicada.

O senador, que é suplente e chegou ao cargo após Rodrigo Rollemberg (PSB) ser eleito governador do Distrito Federal, chamou o governo de “corrupto” e defendeu a renúncia do presidente.

Hélio José é servidor público federal concursado do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão cedido para o Ministério de Minas e Energia. Nessa área, ele tem atuação em prol das pautas do funcionalismo. No ano passado, um áudio com uma voz atribuída a Hélio José virou notícia.

“Melancia”

Na gravação, o senador supostamente estaria defendendo a indicação de um aliado seu para cargo na Secretaria de Patrimônio da União (SPU) no Distrito Federal e demonstraria ao interlocutor comandar as nomeações no órgão, afirmando que nomearia “a melancia que quiser” para cargos na SPU.

O PMDB e seus grupos não se movem sempre na direção do governo e alguns senadores do partido, como Eduardo Braga (PMDB-AM) e Kátia Abreu (PMDB-TO), tem se posicionado contra os projetos de Temer no Senado. Há duas semanas, após o senador Eduardo Braga votar contra a reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), sua indicada para a Superintendência da Zona Franca de Manaus, Rebecca Garcia, foi exonerada.

Culpa do governo

Em reserva, correligionários de Michel Temer no Senado fizeram coro ao presidente do PSDB, Tasso Jereissati (CE), e culparam o próprio governo pela derrota na CAS. Criticaram o peemedebista por, em plena semana de votação, ter levado com ele para a Europa o articulador político do Palácio do Planalto, ministro Antonio Imbassahy, e o líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC).

Na terça, ministros de Temer atribuíram o revés ao PSDB. O ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral) chegou a se dizer surpreso com o voto do senador Eduardo Amorim (PSDB-SE), contrário à reforma.

Além de Hélio José e Eduardo Amorim, outro aliado, o senador Otto Alencar (PSD-BA), também votou contra o texto defendido pelo governo. O senador Sérgio Petecão (PSD-AC), que também integra a base aliada, faltou à sessão de terça.

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