Nos últimos dias, em diversos meios jornalísticos e em redes sociais, ficou popular um gráfico que mostra a necessidade de “achatar a curva” de transmissão do coronavírus, isto é, de reduzir a velocidade de disseminação da doença para que não haja um pico muito alto de pessoas contagiadas repentinamente.
A importância de “achatar a curva” é, principalmente, evitar que o sistema de saúde fique sobrecarregado em certo momento da pandemia. O número de leitos, médicos e máscaras, dependendo da quantidade de casos graves que ocorram simultaneamente, poderá ser insuficiente para atender a todas as pessoas.
O método para achatar a curva é adotar as medidas de higiene e de redução do contato social que têm sido recomendadas por organismos de saúde pública de todo o mundo. Quanto maior for a adesão da população a essas medidas, mais lenta será a disseminação do vírus e menor será a chance de que hospitais fiquem sobrecarregados.
Para entender a lógica do gráfico, é preciso admitir como premissa que o vírus vai se disseminar e atingir grande parte da população. O que é possível fazer para mitigar a letalidade da pandemia é buscar que os casos se espalhem ao longo de uma faixa temporal muito extensa, em vez de se concentrarem num período curto de algumas semanas. O isolamento social, acima de tudo, ajuda a promover o achatamento da curva e, com isso, a desafogar o sistema de saúde.
Histórico do gráfico
O gráfico original é de 2007 e se encontrava em um documento genérico sobre pandemias publicado pelo Centros de Controle e Prevenção de Doenças do governo norte-americano. Foi desenterrado pela jornalista Rosamund Pearce, da revista britânica The Economist, para uma reportagem publicada no fim de fevereiro.
Em publicação de 28 de fevereiro no Twitter, Drew Harris, especialista em saúde pública da Universidade Thomas Jefferson, nos Estados Unidos, colocou uma linha extra no gráfico, indicando a capacidade do sistema de saúde de atender novos casos da doença (a linha pontilhada no tuíte reproduzido abaixo, com a legenda "Healthcare system capacity").
O novo gráfico ganhou repercussão nas redes sociais, especialmente no Twitter. Agora, várias versões diferentes circulam pela internet. Uma das mais populares é uma versão cartunesca publicada por uma professora de microbiologia da Nova Zelândia.
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