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O vice-presidente do União Brasil, ACM Neto, afirmou nesta terça (29) que há um “sentimento crescente” de integrantes do partido e do PP de deixarem a base governista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e que a entrega de ministérios deve ser discutida em breve.
Os dois partidos confirmaram nesta tarde a formação de uma federação que terá a maior bancada na Câmara dos Deputados, com 109 parlamentares, 14 senadores, além do maior número de prefeitos do país – mais de 1,3 mil –, seis governadores e os maiores repasses dos fundos eleitoral e partidário. O grupo vem sendo chamado de "União Progressista".
“Nos próximos meses, ainda em 2025, nós vamos abrir essa discussão, há um sentimento crescente de deputados e senadores dos dois partidos de que se possa desvincular inteiramente a federação de participação no governo. E eu, particularmente, vou trabalhar nessa direção”, disse em entrevista à GloboNews.
ACM Neto afirmou que isso vem sendo discutido com o presidente do PP, Ciro Nogueira (PP-PI), e que os dois partidos devem articular um candidato próprio para disputar a presidência da República no ano que vem. Ele afirma que será um projeto de centro-direita, sinalizando que não deve caminhar com Lula para a reeleição.
Embora não tenha nomes confirmados, o governador goiano Ronaldo Caiado (União-GO) já se lançou como pré-candidato às eleições de 2026 e vem percorrendo o país para conseguir apoios.
“A gente não está criando hoje uma federação pra ficar barganhando cargo, puxando mais um espaçozinho no governo, não. A gente está criando uma federação pra que ela seja a ponta de lança [e] a base fundamental da construção de um projeto vitorioso em 2026”, disse emendando que o objetivo da federação é organizar a centro-direita no país.
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A presidência da federação será, inicialmente, compartilhada entre os atuais presidentes Nogueira, do PP, e Antonio Rueda, do União Brasil.
A pretensão de deixar a base governista de Lula, no entanto, pode enfrentar resistência de uma ala do União que é simpática ao presidente – a ligada ao senador Davi Alcolumbre (União-AP), presidente do Senado e do Congresso. Ele é quem articulou, por exemplo, a manutenção recente do Ministério das Comunicações nas mãos do partido após a exoneração de Juscelino Filho por ter sido denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
A pasta estava na mira do PSD que pretende ampliar o espaço na Esplanada para caminhar com Lula no projeto de reeleição, e que tinha – até agora – a maior quantidade de prefeituras eleitas no ano passado.








