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Advogado diz que Zambelli optou por renúncia para “sair em grande estilo”

Fábio Pagnozzi, advogado de Carla Zambelli, em entrevista ao Café com a Gazeta do Povo
Fábio Pagnozzi, advogado de Carla Zambelli, em entrevista ao Café com a Gazeta do Povo (Foto: Reprodução/Youtube/Gazeta do Povo)

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O advogado Fábio Pagnozzi, que defende a ex-deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), disse que a deputada optou pela renúncia para "sair em grande estilo". A ideia, nesse sentido, seria evitar uma cassação por excesso de faltas, o que seria uma decorrência natural, já que a ex-parlamentar, presa em regime fechado, não conseguiria comparecer às sessões.

Em entrevista ao Café com a Gazeta do Povo desta segunda-feira (15), Pagnozzi revelou uma avaliação a Zambelli antes da votação na Câmara: "Carla, caso você ganhe no plenário, é a maior vitória que você poderia ter". Fábio ainda revelou que considerava a votação na Câmara como um "processo-mãe", enquanto apenas acompanhava o desenrolar da ação no Supremo.

O relator do caso na Câmara, deputado federal Diego Garcia (Republicanos-PR) se manifestou pela manutenção do mandato. Pagnozzi aponta para a diferença entre este relatório e a decisão de Moraes que decretou a perda de mandato.

Carla Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão por supostamente pagar ao hacker Walter Delgatti Neto para invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Em depoimento, o "hacker de Araraquara" disse que o pagamento foi de R$ 40 mil, parte em transferências e parte em dinheiro vivo. A Polícia Federal indicou pagamentos via pix de R$ 13,5 mil partindo de assessores da ex-deputada. Zambelli diz que contratou o hacker para desenvolvimento e manutenção de seu site, e não para a invasão, que inseriu no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP) um mandado de prisão de Alexandre de Moraes contra si próprio.

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Pagnozzi aponta que, para além deste mandado, Delgatti fez alvarás de soltura de pessoas que Zambelli não conhece, inclusive um em favor de um parente. O advogado relata ainda ameaças à deputada por parte do criminoso, após a ex-parlamentar negar cargos a ele em seu gabinete.

Após a condenação, Zambelli saiu do país e foi para a Itália, país em que tem cidadania. Ela foi presa no país europeu e, agora, enfrenta um processo de extradição. Moraes já adiantou à Justiça italiana que a deputada ficaria presa no Complexo Penitenciário da Papuda.

Em meio às tratativas pela extradição, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidiu pautar a cassação da deputada. A cassação foi rejeitada. Logo após o fim da votação, Moraes declarou-a nula, argumentando que não cabia à Câmara decidir, mas tão somente declarar a perda de mandato da parlamentar. Entre a decisão e a posse do primeiro suplente, Adilson Barroso, Zambelli renunciou ao mandato.

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