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O coordenador do grupo Prerrogativas, Marco Aurélio de Carvalho, defendeu que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) crie uma espécie de programa semelhante ao Pé-de-Meia para demitir ministros que não defendem o governo. Chamado de “Pé-na-bunda”, o advogado do movimento de juristas progressistas se autointitula “lulofanático” e considera “inadmissível” que “tantas entregas” não revertam em uma boa avaliação do petista.
A desaprovação a Lula vem despencando em queda livre e, desde o começo do ano, já passa da aprovação. Pesquisas recentes, como a da Quaest divulgada na quarta (26), aponta quase uma unanimidade de críticas principalmente em relação aos preços dos alimentos.
“Se precisar desligar algum ministro, tenho certeza de que fará isso. Ninguém deve se apegar ao cargo. Eu brinco que o presidente teve sucesso com o Pé-de-Meia, um dos maiores programas educacionais da história, e agora poderia implementar o Pé-na-Bunda para quem não se engajar, não defender o governo e não entregar resultados”, disse Carvalho em entrevista ao Estadão publicada nesta quinta (27).
Marco Aurélio de Carvalho defendeu que o presidente faça as mudanças necessárias em seu ministério e que os ministros “devem compreender isso”. A reforma ministerial a conta-gotas começou no mês passado com a entrada do publicitário Sidônio Palmeira na Secretaria de Comunicação Social (Secom) no lugar de Paulo Pimenta, e avançou nesta semana com a demissão de Nísia Trindade da Saúde para dar lugar a Alexandre Padilha, que atualmente ocupa as Relações Institucionais.
Por outro lado, o jurista pontua que os partidos que fazem parte da “frente ampla” de apoio a Lula efetivamente defendam o governo, e não fiquem em cima do muro. A crítica atinge diretamente o PSD, que tem três ministros na Esplanada, mas que tem no presidente Gilberto Kassab um crítico a parte do governo.
“O PSD precisa ser mais claro, tem deixado o pé nas duas canoas. O Kassab foi bastante infeliz em algumas críticas ao Haddad e ao próprio presidente Lula. Ou você está com a gente ou não está. Tem que assumir o risco e as consequências”, pontuou.
Carvalho afirmou que o fogo-amigo em cima do ministro Fernando Haddad mais visa o sucessor de Lula do que efetivamente o governo. As críticas a ele seriam mais para enfraquecê-lo para 2030.
Para ele, a chamada “direita civilizada” já está governando com Lula e que “não há alternativas democráticas viáveis” fora da frente ampla que ele formou. Carvalho também vê que há um momento favorável montado para que empresários brasileiros se unam ao governo para fazer frente às ameaças tarifárias de Donald Trump.
“Precisamos ampliar ainda mais nosso arco de alianças para dialogar com setores médios da população e recuperar a confiança de outros. Temos agora uma oportunidade primorosa: formar uma aliança com o setor produtivo para criar barreiras de contenção a essas políticas do Trump”, disse defendendo a reeleição de Lula em 2026 como “a melhor saída para a própria elite brasileira”.
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