Ouça este conteúdo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta segunda-feira (30), que "se Deus quiser" o acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia vai ser fechado ainda neste ano. Em negociação há mais de duas décadas, o acordo está paralisado devido a exigências europeias.
"[O acordo] está pronto. E o Brasil está pronto para assinar esse acordo. [Vamos fechar] para ninguém nunca mais falar que é a América do Sul que não quer, que é a América Latina que não quer", afirmou Lula.
Mercosul e União Europeia negociam há mais de 20 anos um acordo que facilite as trocas comerciais entre os países dos dois blocos. As negociações, contudo, pouco avançaram e ainda enfrentam impasses. Agora, o governo brasileiro tenta negociar que a lei europeia antidesmatamento, prevista para entrar em vigor em 2025, fique de fora do tratado.
A lei europeia prevê a proibição da importação de produtos que tenham origem de áreas que foram desmatadas a partir de 2022, mesmo em regiões em que o desmatamento é legalizado. Se a regulamentação for atribuída ao tratado entre os dois blocos, poderá representar um novo revés para o Mercosul, que tem se esforçado para concluir o acordo.
Lula no México
As declarações de Lula foram feitas durante sua participação em Fórum Empresarial realizado no México, para onde o petista viajou para participar da posse da presidente eleita no país, Claudia Sheinbaum.
O mandatário brasileiro sugeriu ainda que o acordo entre os dois blocos possa ser expandido para outras regiões, como a América Latina. "E esse acordo da UE com o Mercosul pode ser estendido para um acordo da UE com a América Latina. O mundo está precisando disso. A economia está um pouco atrofiada no mundo inteiro. E nós temos mercado para isso", declarou.
Na viagem, o petista também tem agendas com o então presidente mexicano, López Obrador, e participou de um encontro empresarial para promover o comércio entre os dois países. A agenda bilateral também está no foco da terceira visita de Lula ao país.
Em declaração nesta segunda (30), o petista falou sobre os acordos em custo e sobre a necessidade de serem "revistos" e "refeitos". "Nossos acordos comerciais precisam ser revistos e refeitos o mais rápido possível para melhorar a vida do México e a vida do Brasil", disse.