Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Pedido da oposição

Alcolumbre cria CPMI para investigar fraudes no INSS

Alcolumbre cria CPMI para investigar fraudes no INSS
Requerimento para criação da CPMI do INSS foi apresentado pela oposição. Líderes devem indicar representantes nos próximos dias. (Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado)

Ouça este conteúdo

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), leu no início da noite desta terça-feira (17) o requerimento de instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar a responsabilidade pela fraude bilionária no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O pedido foi apresentado pela oposição ao governo Lula (PT) no mês passado.

A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) investigam um esquema que pode ter desviado R$ 6,3 bilhões em descontos associativos não autorizados de aposentados e pensionistas, entre 2019 e 2024.

Ainda não há uma data definida para instalação da CPMI do INSS, os trabalhos só devem começar após o recesso parlamentar, que ocorrerá entre 17 de julho e 1º de agosto. Os líderes partidários devem indicar nos próximos dias 15 deputados e 15 senadores titulares, com mesmos números de suplentes, para compor a comissão. O prazo previsto para os trabalhos é de até 180 dias.

VEJA TAMBÉM:

Mais cedo, o vice-líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), criticou a instalação da CPMI do INSS, argumentando que a investigação iria “gastar muita energia em algo que já foi investigado”.

"A Polícia Federal e a CGU já investigaram. Já teve até bem sequestrado para garantir o pagamento. Já tem pessoas indiciadas. Eu não sei muito bem o que a CPMI vai esclarecer. De qualquer forma, nós não temos medo. O Brasil tinha que gastar suas energias naquilo que é fundamental, e a gente fica jogando uma coisa meio pessimista na sociedade. Mas, se tiver que ser, vamos levar os nossos e deixar a discussão acontecer", disse o petista em entrevista à TV Senado antes da leitura do requerimento.

No dia 12 de maio, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e a deputada Coronel Fernanda (PL-MT), com apoio de 36 senadores e de 223 deputados, protocolaram o pedido de criação da CPMI. O número mínimo exigido para criação deste tipo de colegiado é de 27 senadores e 171 deputados, ou um terço da composição de cada Casa.

“A maioria das vítimas são idosos e pensionistas, grupo especialmente vulnerável a práticas abusivas”, diz um trecho do documento. As parlamentares argumentaram ainda que a confiança da população no sistema previdenciário depende de respostas efetivas a casos de corrupção e fraude, informou a Agência Câmara.

Apesar de ter sido uma demanda da oposição, a expectativa é que a presidência da comissão fique com o senador Omar Aziz (PSD-AM), aliado do Palácio do Planalto. O governo Lula (PT) tentou barrar a criação da CPMI.

No mês passado, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, pediu apoio de líderes governistas para impedir a instalação do colegiado. Após uma série de negociações, o governo não conseguiu evitar a investigação e o Partido Liberal, do ex-presidente Jair Bolsonaro, deverá ficar com a relatoria da comissão.

O líder do governo Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), culpou o governo Bolsonaro (PL) pelas fraudes e disse que a "roubalheira do INSS" foi descoberta pela gestão petista. "Vamos para a CPMI com o time principal, não vamos jogar com time reserva, para que a investigação ocorra doa a quem doer", disse Randolfe.

VEJA TAMBÉM:

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.