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Crise entre poderes

Alcolumbre nega retaliação ao governo por indicar Messias ao STF

Davi Alcolumbre
Presidente do Senado afirmou que apenas age dentro das suas prerrogativas constitucionais de presidente do Congresso. (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

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O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), negou que esteja agindo em retaliação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, ao Supremo Tribunal Federal (STF). Desde a semana passada, o político tem se mostrado insatisfeito com o nome, já que tinha preferência pelo ex-presidente da casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Entre as retaliações pela indicação está a aprovação de uma “pauta-bomba” por unanimidade nesta terça (25), da aposentadoria de agentes comunitários de saúde e de combate às endemias, que pode provocar um rombo de R$ 20 bilhões nas contas públicas em dez anos.

“Jamais tomaria iniciativa em retaliação a qualquer coisa que seja. Tenho muita tranquilidade e serenidade da minha postura e conduta. Toda hora, alguém quer criar alguma crise ou conflito onde nunca existiu”, afirmou durante a sessão plenária do Senado pouco depois de agendar a sabatina de Messias para o dia 10 de dezembro.

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Ele emendou afirmando que não abrirá mão de suas prerrogativas constitucionais para tomar decisões. “O presidente do Congresso Nacional tem suas atribuições e ele não se furtará nem se omitirá em exercê-las”, completou.

Alcolumbre ficou insatisfeito com a indicação de Messias e, principalmente, por não ter sido formalmente avisado por Lula. Ele acabou rompendo relações com o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e pautou a votação da aposentadoria dos agentes de saúde, a contragosto do Planalto.

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, chegou a fazer um apelo para que o Senado não aprovasse o projeto. Durante a votação, Alcolumbre disse ter sido alvo de “agressões, ataques e ofensas” da base do governo.

“É de ficar indignado, na condição de presidente do Senado, nós sermos atacados e ofendidos nos últimos cinco dias por pautar uma ‘bomba-fiscal’ para defender milhares de agentes que salvam as vidas das pessoas”, disse.

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Alcolumbre ainda comparou a votação com outras em que o Senado aprovou propostas de gastos bilionários defendidas pelo Executivo, destacando a aprovação do PLP que destinou mais de R$ 30 bilhões para o orçamento do Ministério da Defesa fora da meta fiscal.

“Naquele momento, os mais de R$ 30 bilhões não eram 'bomba-fiscal'", acrescentou.

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