O presidente da França, Emmanuel Macron, defendeu as barreiras comerciais aprovadas pelo Parlamento Europeu e que tem sido criticada pelo Brasil e demais países da região durante a Cúpula da Amazônia nesta semana. O francês foi um dos convidados do governo brasileiro para o evento em Belém (PA), como representante da Guiana Francesa – região ultramarina da França na América do Sul –, mas rejeitou o convite de Lula.
Em sua conta no Twitter, o presidente francês disse que seu país foi uma "força motriz por trás da decisão histórica da União Europeia de não mais contribuir para o desmatamento importado". A determinação citada por Macron proíbe a importação de produtos que tenham origem de área desmatada.
Para os países amazônicos, porém, a medida é exagerada e não ajuda no combate ao desmatamento. À Gazeta do Povo, o ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo (PCdoB) defendeu que barreiras como essa "condenam a Amazônia à pobreza". De acordo com ele, o desmatamento permitido por lei não deve ser banido pois "viabiliza a vida econômica das pessoas. Permite a infraestrutura, a agricultura e a pecuária".
Saindo em defesa dessas barreiras, Macron disse que "há uma necessidade urgente de interromper o desmatamento". "As florestas são absolutamente essenciais na luta contra o aquecimento global e a perda de biodiversidade". Mas ele faz uma acusação direta: "Somente em 2022, quatro milhões de hectares de floresta tropical primária desapareceram", disse.
A medida é contestada pelo Brasil e outros países que são membros da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). É esperado ainda que haja pontos no Acordo de Belém, a ser assinado pelos países ao fim da Cúpula desta semana, que tratem de barreiras comerciais como essas impostas pela União Europeia.
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