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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está com a pior avaliação positiva entre as mulheres desde o início deste terceiro mandato, como revela a nova pesquisa PoderData divulgada nesta quarta (19). As que o consideram como ótimo ou bom despencou 24 pontos percentuais desde janeiro de 2023.
A queda na popularidade entre as mulheres acompanha a deterioração do governo que vem sendo registrada desde o final do ano passado, principalmente por conta dos altos preços dos alimentos e crises provocadas por erros de comunicação:
- Ótimo/bom: de 45% em janeiro de 2023 para 21%;
- Regular: 12% para 37%;
- Ruim/péssimo: 31% para 37%;
- Não sabe: 12% para 4%.
O PoderData ouviu 2,5 mil pessoas em 198 municípios brasileiros entre os dias 15 e 17 de março. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, com índice de confiança de 95%.
A avaliação negativa de Lula entre as mulheres, que sempre foi maior do que entre os homens, vem decaindo desde a metade do primeiro ano deste terceiro mandato. No primeiro semestre de 2023, a consideração de ruim/péssimo oscilou entre 45% e 42%, e passou a cair desde então.
O PoderData analisa que essa queda ocorreu principalmente por conta de sucessivas falas de Lula consideradas machistas, principalmente a mais recente em que ele disse que escolheu a correligionária Gleisi Hoffmann para o cargo de ministra das Relações Institucionais por ser uma “mulher bonita” na relação com os presidentes do Congresso.
A fala gerou críticas por parte da oposição e na sociedade, mas foi minimizada por aliados e pela própria ministra, que classificou as reclamações como “oportunistas”. “Gestos são mais importantes do que palavras”, completou.
Antes disso, em janeiro, ele se disse um “amante da democracia”, de que as amantes seriam mais amadas do que as mulheres casadas.
Lula cita as mulheres em seus discursos constantemente para enaltecê-las, de que não devem ser dependentes dos homens. No entanto, o improviso às vezes acaba levando a falas com entendimento diferente daquele que ele expressou.
Também nesta quarta (19), a Quaest divulgou uma pesquisa realizada com agentes do mercado financeiro que mostra uma percepção de que o governo está mais preocupado com a queda da popularidade do presidente (99%) em vez do equilíbrio das contas públicas (10%).
A questão da popularidade se tornou um tema sensível para o governo, que vem buscando medidas para reverter à queda livre desde o final do ano passado. Isso, porque, passou a refletir na intenção de votos para as eleições presidenciais de 2026, em que a vantagem de Lula sobre a oposição começou a diminuir e, até mesmo, a ficar negativa em alguns levantamentos.








