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Jair Bolsonaro
Ex-presidente Jair Bolsonaro criticou operação da PF contra ele e aliados por uma suposta tentativa de golpe de Estado.| Foto: André Borges/EFE

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou a operação da Polícia Federal realizada contra ele e aliados na manhã desta quinta (8), em que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado.

Ele disse que não sente medo de ser preso, e que “tudo pode acontecer” com qualquer pessoa no Brasil.

“Hoje em dia não é medo. Hoje tudo pode acontecer com qualquer pessoa no Brasil. Em nome de salvar a democracia estão fazendo barbaridades”, disse em entrevista ao site Metrópoles emendando que está vendo “colega” ser preso, em referência aos militares presos na operação. “É muito ruim”, completou.

Bolsonaro disse “não entender” a acusação de tentativa de um suposto golpe de Estado e que fez uma transição de governo para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “sem problemas”.

“Não entendo (acusação de) tentativa de golpe. Fizemos uma transição sem problemas. A pedido do Lula, nomeei os três comandantes de Força escolhidos por ele em dezembro. Como vou nomear comandante de Força dele e dar um golpe depois”, questionou afirmando sobre a tentativa “sem que um soldado fosse movimentado”.

O ex-presidente criticou ainda a prisão do ex-ajudante de ordens Marcelo Câmara por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmando que o aliado “não tem foro especial”. “Nenhum de nós tem foro especial”, completou.

Bolsonaro ainda falou em “coincidência” da operação ter sido realizada um dia depois da live que promoveu na cidade de São Sebastião (SP), em que disse que “o atual mandatário [Lula] quer censurar as redes sociais [...] eu só estou aqui com vocês graças às redes sociais”.

Segundo a Polícia Federal, a operação desta quinta (8) buscou “apurar organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República [Bolsonaro] no poder”.

Os mandados foram autorizados por Moraes nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal. Entre os alvos estão os ex-ministros Walter Braga Netto (Casa Civil), Augusto Heleno (GSI), Anderson Torres (Justiça) e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa), o ex-ajudante de ordens Marcelo Câmara, os ex-assessores Filipe Martins e Tercio Arnaud Thomaz, entre outros.

O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, também foi alvo da PF, com o cumprimento de mandados de busca e apreensão na sede do partido.

Há, ainda, mais militares alvos da operação, como o almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante-geral da Marinha que se recusou a participar da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT); o general Estevan Teóphilo Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército; e o coronel reformado do Exército, Ailton Barros.

De acordo com a representação da PF ao ministro Alexandre de Moraes, a operação foi deflagrada a partir das declarações dadas pelo ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, na delação premiada firmada no ano passado inicialmente no âmbito das investigações da suspeita de inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 na carteira de vacinação do ex-presidente.

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