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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta quarta-feira (2), que entrar em uma guerra tarifária com os Estados Unidos não é uma "estratégia inteligente" para o Brasil. A declaração do ex-mandatário acontece em um momento que o governo brasileiro estuda formas de reagir à política tarifária de Donald Trump que pode afetar a indústria nacional.
Há ainda um clima de tensão neste dia 2 de abril de 2025, data que o líder republicano tem chamado de "Dia da Libertação", quando vai "libertar os Estados Unidos de produtos estrangeiros" através de iniciativas tarifárias. Na avaliação de Bolsonaro, adotar a reciprocidade e taxar produtos americanos em resposta a Trump, não é o melhor caminho.
"A única resposta razoável à tarifação recíproca dos EUA é o governo Lula extinguir a mentalidade socialista que impõe grandes tarifas aos produtos americanos, inviabilizando o povo brasileiro de ter acesso a produtos de qualidade mais baratos", escreveu Bolsonaro que ainda afirmou que Trump apenas está "protegendo o seu país deste vírus socialista".
"Dobrar a aposta e escalar a crise com o nosso 2º maior parceiro comercial não é uma resposta sábia", disse Bolsonaro. Ainda corre no Congresso Nacional o projeto de lei apelidado de Lei da Reciprocidade, que prevê que o Brasil possa ativar um dispositivo de retaliação em caso de barreiras tarifárias impostas por outros países.
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Bolsonaro ainda afirmou que, durante seu mandato, adotou a "diplomacia" para lidar com as tarifas de Donald Trump. Durante seu primeiro mandato como presidente dos Estados Unidos, entre 2017 e 2022, o republicano adotou uma política tarifária parecida com a vista nos últimos meses.
"Em meu governo tive sucesso na negociação das tarifas sobre o aço que àquela época eram impostas ao mundo inteiro, mas não o foram ao aço brasileiro graças ao diálogo com o Presidente Donald Trump. Eu apostei na diplomacia, não no conflito. Paralelamente a tudo isso ainda reduzi tributos de mais de 4.000 itens, resultando em arrecadação recorde aos cofres públicos (curva de Laifer)", escreveu Bolsonaro.
Durante seu mandato, o Bolsonaro e Trump firmaram acordos quanto às taxas de 25% para o aço e 10% para o alumínio. O Brasil não foi totalmente isento das tarifas de Donald Trumo àquela época, mas isenção das tarifas foi condicionada à implementação de um sistema de cotas para as exportações.
Ou seja, o Brasil poderia exportar até uma certa quantidade de aço e alumínio para os EUA sem ser taxado. A quantidade excedente, contudo, era taxada com os valores de 25% e 10%, para o aço e para o alumínio, respectivamente, definidas pelo governo norte-americano.
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