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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quarta-feira (26) que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) é vítima de “uma injustiça” após o Supremo Tribunal Federal (STF) formar maioria para condená-la. A declaração ocorre após Bolsonaro culpar Zambelli pela derrota nas eleições de 2022.
"Injustiça. Uma injustiça com a Carla Zambelli. Pelo que eu sei, ela tem porte de arma […] Uma injustiça, um exagero. Não só a cassação do mandato, bem como o número de anos de prisão”, disse o ex-mandatário em coletiva na saída do Senado.
O STF formou maioria, na terça (25), para condená-la a 5 anos e 3 meses de prisão e a perda do mandato pela perseguição armada a um homem na véspera do segundo turno em 2022. No início da semana, Bolsonaro disse que a deputada “tirou” sua reeleição.
“Aquela imagem, da forma com que foi usada, a Carla Zambelli perseguindo o cara. Aquilo teve gente falando: ‘Olha, o Bolsonaro defende o armamento’. Mesmo quem não votou no Lula, anulou o voto. A gente perdeu”, disse o ex-presidente no podcast Inteligência Ltda.
Ele reconheceu que Zambelli errou e voltou a dizer que a perseguição armada interferiu no resultado das eleições. “Ela errou no meu entender, não vou falar que ela não errou. Aquilo interferiu nas eleições, ajudou a me desgastar, porque um órgão de imprensa muito poderoso ficou mostrando o dia todo aquela mensagem, dando a entender que quem defende armamento defende uma situação como essa”, reiterou.
Nesta terça (25), a deputada afirmou que é “difícil” enfrentar o julgamento de pessoas que sempre defendeu. “Enfrentar o julgamento dos inimigos é até suportável. Difícil é aguentar o julgamento das pessoas que sempre defendi e continuarei defendendo”, disse Zambelli no X.
O julgamento da parlamentar havia sido interrompido por um pedido de vista (mais tempo para análise) do ministro Nunes Marques. No entanto, os ministros Cristiano Zanin e Dias Toffoli adiantaram seus votos e acompanharam o relator, Gilmar Mendes, que defendeu a condenação.
Até o momento, o placar é de 6 a 0. Também seguiram o entendimento do relator Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes e Flávio Dino.
Além disso, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) manteve, por unanimidade, a cassação da deputada por uso indevido dos meios de comunicação e a prática de abuso de poder político. Ela também foi declarada inelegível por 8 anos a partir da eleição de 2022, mas ainda pode recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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