
Ouça este conteúdo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) minimizou o efeito da política tarifária de Donald Trump no Brasil. De acordo com o petista, mesmo o republicano "falando o que ele quer", o Brasil está tranquilo e seguro devido à reserva de R$ 370 bilhões de dólares.
“Nós pagamos a dívida externa brasileira. Nós, pela primeira vez, fizemos uma reserva [internacional] de US$ 370 bilhões, o que segura este país contra qualquer crise. Mesmo o presidente Trump falando o que ele quer falar, o Brasil está seguro porque temos um colchão de US$ 350 bilhões, que dá ao Brasil e ao ministro Fernando Haddad uma certa tranquilidade”, disse Lula.
As declarações foram feitas nesta segunda-feira (7), durante o evento de anúncios de investimento no setor logístico, na cidade de Cajamar, em São Paulo. As afirmações ocorreram ainda em um dia que o mercado financeiro internacional e o Brasil foram afetados pela política tarifária de Trump.
O anúncio de tarifas recíprocas feito pelo governo norte-americano na última semana causou uma instabilidade no mercado financeiro no início desta semana. Na Ásia e na Europa, as principais bolsas operaram com fortes quedas. O mesmo ocorreu no Brasil que, em meio ao aumento do dólar, registrou quedas nesta segunda.
"Tarifaço" de Trump afetou mercado financeiro nesta semana
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), encerrou o pregão em queda de 1,31%, aos 125.588 pontos, refletindo o aumento da tensão nos mercados globais. As estimativas são que as perdas tenham sido de US$ 10 bilhões no mercado financeiro internacional.
A razão, explicam analistas, foi a lista de taxas recíprocas de importação que Trump anunciou na última semana. Países da Ásia e da Europa foram os principais afetados. O anúncio do republicano causou uma instabilidade no cenário global, que ainda espera movimentações dos países sobre como vão lidar com as taxas que podem chegar a 50%.
Apesar do movimento já observado no cenário internacional, Lula minimizou as medidas adotadas por Trump. Em outro momento, no mesmo discurso, o mandatário brasileiro disse que a construção de um Brasil mais igualitário não depende dos EUA, China ou Argentina, mas dos brasileiros.
O Brasil também foi atingido com as taxas recíprocas de Donald Trump. Aos produtos brasileiros, contudo, foi aplicada a taxa mínima de 10%. O número, ainda que tenha causou preocupação a agentes do governo e da diplomacia, foi visto com certo otimismo em relação aos números que chegaram a ser ventilados.




