Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Barrados

Brasil exclui Estados Unidos de reunião sobre democracia em Nova York

Brasil exclui Estados Unidos de reunião sobre democracia em Nova York
Evento realizado às margens da Assembleia da ONU foi idealizado por Lula e pelo líder espanhol, Pedro Sánchez. (Foto: EFE/Andre Borges)

Ouça este conteúdo

O Brasil excluiu os Estados Unidos da reunião em defesa da democracia, que será realizada na próxima quarta-feira (24) às margens da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. O evento foi criado pelo Brasil e pela Espanha e teve sua primeira edição no ano passado.

Em 2024, o ex-presidente americano Joe Biden enviou de última hora um funcionário do segundo escalão para participar das discussões, o então vice-secretário de Estado, Kurt Campbell. “O presidente Biden foi convidado para vir aqui e, obviamente, ele não pôde comparecer”, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na ocasião.

Neste ano, ao menos 30 países devem participar do debate sobre combate à desigualdade e à desinformação. Além de Brasil e Espanha, também organizam o evento o Uruguai, a Colômbia e o Chile.

VEJA TAMBÉM:

A exclusão dos EUA foi revelada pelo jornal Folha de S. Paulo. A Gazeta do Povo procurou o Itamaraty, mas ainda não teve retorno. O espaço segue aberto para manifestações. Segundo a publicação, um funcionário do governo brasileiro teria dito que apenas países democráticos são convidados ao encontro.

O funcionário teria apontado que o governo de Donald Trump tem questionado a política interna e o Judiciário brasileiro. Os EUA também taxaram em 50% os produtos brasileiros e retiraram vistos de autoridades.

Em uma carta, Trump apontou que a decisão foi motivada pelo julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela suposta tentativa de golpe de Estado e por decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), contra big techs.

Alvo da Lei Magnitsky, Moraes é acusado pelo governo de Donald Trump de “violar direitos humanos”. O republicano chegou a exigir que o processo contra o ex-mandatário fosse encerrado “imediatamente”.

A pressão, contudo, não teve efeito e, no último dia 11, a Primeira Turma condenou Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão, além do pagamento de multa. Após a condenação, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, afirmou que novas sanções contra o Brasil devem ser anunciadas nos próximos dias.

Em julho deste ano, Lula participou de um encontro do grupo no Chile. O presidente declarou que o mundo assiste a uma ofensiva do “extremismo de direita” contra a democracia e as liberdades individuais.

“Os inimigos da democracia não recorrem mais à diplomacia dos tanques e das canhoneiras. Eles controlam algoritmos, semeiam ódio e espalham o medo. Promovem uma guerra cultural. Utilizam o comércio como instrumento de coerção e chantagem”, disse o petista na ocasião.

Lula embarca neste domingo (21) para Nova York, onde fará o discurso de abertura da Assembleia-Geral da ONU na próxima terça-feira (23). A comitiva brasileira teve duas baixas. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, desistiu de acompanhar o presidente, após o governo Trump impor restrições para sua locomoção na cidade.

Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, decidiu priorizar a "agenda doméstica" e ficará no Brasil para acompanhar a possivel votação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.

VEJA TAMBÉM:

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.