Vacinas - Coronavac
Entre os papéis exigidos pela Anvisa estão os de dados de “fase 3” da pesquisa para desenvolvimento da Coronavac.| Foto: Divulgação/Instituto Butantan

Horas após o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciar o começo da vacinação no Estado em 25 de janeiro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reforçou, em nota, que só libera o uso da vacina após a análise de diversos documentos. Entre os papéis exigidos, lembra a Anvisa, estão os de dados de "fase 3" da pesquisa para desenvolvimento do produto, que ainda não foram apresentados pelo Instituto Butantan, laboratório que participa do desenvolvimento da Coronavac em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac.

Nas entrelinhas, a nota reflete a posição da cúpula da agência de que Doria não pode atropelar o rito para liberação do uso de vacinas e de outros medicamentos. Dirigentes e técnicos da Anvisa receberam com surpresa o plano do governador de São Paulo. Reservadamente, integrantes da agência dizem que o o anúncio da data de vacinação ignora o papel do órgão e pode lançar desconfiança sobre questionamentos que forem feitos antes de liberar ou não o uso da vacina. A agência reforça ainda que precisa finalizar o relatório de inspeção da fábrica da Sinovac, na China, realizada semana passada. “É importante destacar que para a solicitação de Autorização de Uso Emergencial é esperado que sejam apresentados minimamente os dados descritos do Guia sobre os requisitos mínimos para submissão de solicitação de autorização temporária de uso emergencial, em caráter experimental, de vacinas Covid-19.”, disse o órgão em nota.