Vista aérea de trecho da reserva de Mamirauá, na Amazônia brasileira.
Vista aérea de trecho da reserva de Mamirauá, na Amazônia brasileira.| Foto: Mauro Pimentel/AFP

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (22), que quer acesso aos dados de desmatamento da Amazônia antes de eles serem divulgados para não ser "pego de calças curtas". Ele criticou o que considera uma quebra de "hierarquia e disciplina" e voltou a dizer que a divulgação das informações pode causar um "enorme estrago para o Brasil". Os dados, porém, já são divulgados pelo órgão de monitoramento, o Inpe, em tempo real para o governo, para orientar as ações de fiscalização, e ficam disponíveis na internet.

O diretor do Inpe, Ricardo Galvão, rebateu dizendo que "não existe isso de divulgarmos os dados". Mandamos os dados do Deter (sistema de detecção em tempo real) para o Ibama. Os dados do Prodes (sistema que aponta a taxa anual, e oficial, de desmatamento) são sempre mandadas com antecedência ao ministério antes de divulgação. Os dados de junho mesmo foram mandados uma semana antes. Estranho dizerem que não avisamos", afirmou Galvão. "Além disso, temos de cumprir a Lei de Acesso à Informação", disse. "E é ingenuidade supor que se pode esconder esses dados. Os satélites estão todos em cima. Não tem como embargar", afirmou Galvão.