O presidente Jair Bolsonaro (PL) rebateu as críticas que recebeu pela neutralidade adotada na guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) rebateu as críticas que recebeu pela neutralidade adotada na guerra entre a Rússia e a Ucrânia.| Foto: Agência Brasil/Divulgação

O presidente Jair Bolsonaro (PL) rebateu as críticas que recebeu pela neutralidade adotada na guerra entre a Rússia e a Ucrânia e afirmou que seu encontro com Putin solucionou o desabastecimento de fertilizantes no Brasil. As declarações foram feitas nesta quarta-feira (20), em encontro com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, em Brasília. “Vá para a Rússia ou não? Se dependesse de quem tá do meu lado, eu não iria”, afirmou Bolsonaro, declarando que foi aconselhado a apoiar a Ucrânia no conflito. “Eu fui para Rússia. Resolvi a questão do fertilizante. Apanhei muito porque fui para a Rússia. Estou do lado da paz. Se eu tivesse como resolver a guerra, já teria resolvido”, declarou o presidente brasileiro.

Na terça-feira (19) o presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky criticou Bolsonaro por não apoiar o país do leste europeu diante da invasão russa, deflagrada em fevereiro. “Eu não apoio a posição dele de neutralidade. Eu não acredito que alguém possa se manter neutro quando há uma guerra no mundo”, disse Zelensky, em entrevista transmitida pelo Jornal Nacional.

Ele comparou o momento com o contexto da Segunda Guerra Mundial. “Muitos líderes ficaram neutros num primeiro momento. Isso permitiu que os fascistas engolissem metade da Europa e se expandissem mais e mais, capturando toda a Europa. Isso aconteceu por causa da neutralidade. Ninguém pode ficar no meio do caminho. A guerra não é entre a Ucrânia e a Rússia, é uma guerra da Rússia contra o povo ucraniano, porque eles estão no nosso território”, afirmou.

Na segunda-feira (18), Bolsonaro e Zelensky conversaram por telefone e o presidente ucraniano informou no Twitter que o diálogo abordou principalmente a retomada das exportações de grãos produzidos na Ucrânia e sanções à Rússia. Bolsonaro tem defendido uma postura pragmática do Brasil sobre a guerra na Ucrânia – ao mesmo tempo em que lamenta o conflito, ele não aderiu às sanções impostas ao Ocidente à Rússia.