Ministro Gilmar Mendes disse que o Exército é cúmplice de um "genocídio" no Brasil por causa da alta mortalidade do novo coronavírus.
Gilmar Mendes, ministro do STF.| Foto: Nelson Jr./STF

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, comparou a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba com um "esquadrão da morte", em entrevista ao UOL, nesta sexta-feira (12). Gilmar criticou a atuação do grupo de procuradores e do ex-juiz Sergio Moro e ressaltou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva merece um julgamento justo. "Acho tudo isso lamentável, todos nós de alguma forma sofremos uma manipulação disso que operava em Curitiba. Acho que temos que fazer as correções devidas, tenho dito e enfatizado que Lula é digno de um julgamento justo", afirmou o ministro.

"Independentemente disso, temos que fazer consertos, reparos, para que isso não mais se repita, não se monte mais esse tipo de esquadrão da morte. Porque o que se instalou em Curitiba era um grupo de esquadrão da morte, totalmente fora dos parâmetros legais", apontou Gilmar Mendes.

Para o ministro, a força-tarefa atuou sem supervisão da Procuradoria-Geral da República (PGR) e que Moro agiu como um chefe da operação. Além disso, Gilmar considera que o monitoramento da vida do ex-presidente Lula, como foi conduzido pela Lava Jato, é ilegal.

"Como nós vimos, era uma ameaça à democracia. Ao fim havia um 'partido da Lava Jato', estavam interferindo no processo político, prendiam um candidato que era eventual candidato a governador e definiam a eleição, tudo num jogo combinado. Eles fazem vergonha à Stasi, aquela polícia da Alemanha Oriental”, disse Gilmar Mendes, que cobrou respostas do Congresso sobre leis organizacionais do Ministério Público.