A Polícia Federal realiza uma operação na manhã desta quarta-feira (20) contra o governador do Tocantins, Mauro Carlesse (PL).
A Polícia Federal realiza uma operação na manhã desta quarta-feira (20) contra o governador do Tocantins, Mauro Carlesse (PL).| Foto: Antônio Gonçalves/Governo do Tocantins

A Polícia Federal realiza uma operação na manhã desta quarta-feira (20) contra o governador do Tocantins, Mauro Carlesse (PSL). Foram cumpridos mandados de busca e apreensão na casa do governador e também no Palácio Araguaia, sede do governo. O secretário de Segurança Pública, Cristiano Sampaio , também foi alvo da ação. Investigações apontam indícios de pagamentos indevidos de até R$ 40 milhões para a operadora dos planos de saúde dos servidores estaduais (Plansaúde) e obstrução de investigações de irregularidades dentro do governo. A operação de hoje contou com o apoio da Força Aérea Brasileira, que transportou agentes envolvidos na ação até o estado para evitar o vazamento de informações.

"As investigações, iniciadas há quase dois anos, demonstram um complexo aparelhamento da estrutura estatal voltado a permitir a continuidade de diversos esquemas criminosos comandados pelos principais investigados, que teriam movimentado dezenas de milhões de reais por meio dos crimes praticados. Até o momento, foi determinado o bloqueio judicial de R$ 40 milhões", diz nota da Polícia Federal sobre a operação.

Vazamento de investigações

A PF aponta ainda que a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Tocantins é suspeita de usar a estrutura da pasta para obstruir as investigações, utilizando-se de instrumentalização normativa, aparelhamento pessoal e poder normativo e disciplinar contra os policiais envolvidos no combate à corrupção. O grupo ainda é suspeito de vazar informações de investigações em andamento aos investigados.

Segundo as apurações, o governo estadual removeu indevidamente delegados responsáveis por inquéritos de combate à corrupção conforme as apurações avançavam e mencionavam expressamente membros da cúpula do Estado. Há ainda fortes evidências da produção coordenada de documentos falsos para manutenção dos interesses da organização criminosa.