Luis Miranda disse que Bolsonaro atribuiu a Ricardo Barros um esquema no Ministério da Saúde.
O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF).| Foto: Pedro França/Agência Senado

O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) confirmou nesta quarta-feira (30) ter recebido uma oferta de propina para agilizar a contratação da vacina indiana Covaxin. Miranda afirmou que a proposta partiu do lobista Silvio Assis. O deputado diz que recusou a oferta. A informação foi divulgada pelo Estadão. Na noite de terça-feira (29), a revista Crusoé publicou uma reportagem sobre Miranda ter recebido a oferta de propina em reunião com Assis e com o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR).

O deputado confirmou que a oferta feita por Assis foi de 6 centavos de dólar para cada dose de vacina vendida, o que daria US$ 1,2 milhão se fossem negociadas as 20 milhões de doses de Covaxin. “Quero provar que no governo Bolsonaro, debaixo do nariz de todo mundo, o Ministério [da Saúde] está entranhado de corrupção. A partir de agora minha meta é essa, provar que existe sim corrupção no Ministério da Saúde e que desde o princípio eu falei a verdade”, disse o deputado ao Estadão.

Apesar de ter citado Barros na CPI da Covid, Miranda ressalta que não tem provas contra o líder do governo no caso da propina. “Barros sabe que não falou nada comigo, eu também sei que ele não falou nada. Quanto a mim ele tem que ficar despreocupado porque não sei nada sobre ele”. Luis Miranda deve voltar a prestar depoimento na comissão na próxima terça-feira (6).