O deputado Rui Falcão (PT-SP) afirmou que uma aliança com Alckmin contradiz o que o PT fez e ainda pretende fazer.
O deputado Rui Falcão (PT-SP) afirmou que uma aliança com Alckmin contradiz o que o PT fez e ainda pretende fazer.| Foto: Jane de Araújo/Agência Senado.

O deputado federal Rui Falcão (PT-SP) afirmou que uma possível chapa entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (sem partido) nas eleições presidenciais é uma contradição a tudo o que o partido fez e quer fazer. "Lula não precisa de uma muleta eleitoral", disse o ex-presidente do PT. Falcão é o principal nome dentro da sigla contra a eventual aliança entre Lula e Alckmin. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, publicada nesta segunda-feira (17), ele ressaltou que não fala em nome do partido.

Entre os motivos apresentados por ele para ser contra a articulação, ele cita o apoio de Alckmin ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e "suas posições ultraconservadoras". Ele ressaltou ainda que a primeira manifestação do ex-governador de São Paulo envolvendo o programa do partido "foi se insurgir contra a reforma trabalhista".

Em postagens recentes nas redes sociais, Lula e Gleisi Hoffmann, atual presidente da sigla, defenderam a revogação de alguns pontos da reforma trabalhista. Para Falcão, Alckmin reagiu a proposta "da mesma maneira como reagiram os corifeus da Faria Lima e os economistas conservadores".

"Então, essa declaração de colocar a reforma trabalhista no centro do programa, que já suscitou melindres da parte do ex-governador Alckmin [ele manifestou preocupação em conversa com o deputado Paulinho da Força], já dá um indício de que essa aliança não é conveniente", apontou. O deputado afirmou ainda que a terceira via segue pulverizada e que o ex-juiz e pré-candidato Sergio Moro "não consegue decolar".

"O Bolsonaro não baixou ainda ao nível que permita alguém tomar o lugar dele. Há uma pulverização. Aquele que foi apontado como mais indicado para a chamada terceira via, o Sergio Moro, não consegue decolar. É aquela história: trocar alguém da direita, como o Bolsonaro, por outro que não tem o mesmo vigor, impacto, é melhor ficar com o original do que com o carbono", disse.