O presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, e o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, durante encontro com dirigentes de centrais sindicais, no Palácio do Planalto.
O presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, e o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, durante encontro com dirigentes de centrais sindicais, no Palácio do Planalto.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, disse nesta quarta-feira (18) que o trabalho realizado por motoristas de aplicativo “beira o trabalho escravo”. A declaração foi dada durante o encontro com sindicalistas, no Palácio do Planalto, que teve a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo o ministro, os trabalhadores de aplicativo enfrentam jornadas de mais de 14h e correm riscos de sofrerem acidentes sem nenhuma proteção. Um grupo de trabalho será criado pelo Ministério para aprimorar e regulamentar os serviços de aplicativo.

“Nós acompanhamos a angústia dos trabalhadores de aplicativos, que muitas vezes têm que trabalhar 14h, 16h por dia para poder levar pão e leite para casa. Isso, no meu conceito de trabalho, beira o trabalho escravo”, afirmou o ministro.

Com o intuito de tranquilizar as empresas, Marinho disse que a regulamentação será apenas para valorizar o trabalho e garantir mais segurança aos motoristas.  “Quem o protege de perigo quando ele perde a capacidade de trabalho?”, disse.

Durante o encontro com as centrais sindicais, o presidente Lula disse que "trabalhador de aplicativo não é microempreendedor" e defendeu um sistema de seguridade social que inclua todos os trabalhadores, incluindo os motoristas de aplicativo.

"Um trabalhador de aplicativo percebe que não é microempreendedor quando ele se machuca e não tem nenhum sistema de seguridade social. Nós queremos construir, com todos, uma nova estrutura sindical, com direitos e numa economia diferente dos anos 1980. O mundo do trabalho mudou", disse Lula.